COMO ESTÁ O SEU CRÉDITO?

Quanto à sua origem, a expressão vem do latim creditum, credere.  O crédito importa um ato de fé, de confiança do credor. O crédito é imprescindível para todas as pessoas de todas as classes; desde investidores, comerciantes, profissionais liberais ou autônomos, políticos, e até desempregados; todos necessitam. Logo, a ausência do crédito constitui um grave problema. Há filhos que não gozam do crédito dos pais, pais cujos filhos desabonam; esposas que perderam a confiança de seus maridos e vice-versa; funcionários que devido às decepções causadas, seus patrões não confiam; patrões cujas palavras não cumprem..., ter crédito é fundamental. Para muitos o crédito é a oportunidade de mostrar algo, ou a segunda chance. Nos relacionamentos, o crédito é conquistado ao longo de uma convivência, para alguns é moeda de troca, outros  supõem ter, mas não tem; e certo número se surpreende ao receber.

No mundo dos negócios é comum ao que almeja um empréstimo, por exemplo, o argumento da credibilidade. Ter um nome limpo, credores indicando, boas referências e, sobretudo, capacidade para honrar com o crédito adquirido. Em se tratando do homem para com Deus, seria correto reivindicar algo considerando seu próprio mérito? Para alguns este procedimento constitui uma afronta ao Criador, haja vista as Escrituras enfatizar: “Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede (Mq.7:2).” Frases como “eu não aceito esta situação”, encontra resistência entre alguns cristãos. Muitos consideram uma murmuração ou rejeitar “o que Deus dá.” A questão adquire maior gravidade quando alguns extremistas compreendem O Senhor como se fosse um mero servo para satisfazer seus desejos. Um acinte à soberania divina? Em suma: Conquistou porque mereceu ou conquistou pela misericórdia?

Alguns exemplos biblicos levam-nos à reflexão do dilema. O apóstolo Paulo, em alusão a Deut. 33.19, afirma: “Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer (Rm.9:18).” Simão Pedro foi um dos primeiros a reivindicar com Jesus; “...eis que nós tudo deixamos, e te seguimos (Mc.10:28b).” Recebeu a resposta, ou promessa de muitos benefícios neste mundo e também na vida eterna. Talvez o mais famoso reivindicador de créditos foi o rei Ezequias. Após o profeta Isaias proferir a sentença do término da vida do monarca, insatisfeito com o quê ouviu, Ezequias torna o rosto contra a parede e vai orar. Sua oração baseava-se, principalmente, em “lembrar” a Deus os seus feitos, clara demonstração dos seus créditos. Se pelo quebrantamento, pelas lágrimas ou pelo teor da oração, o fato é que foi atendido, o Senhor lhe acrescentou quinze anos de vida. Os estudiosos mais atentos notam que ele não procedeu corretamente na utilização da benção. Jó também argumentava seus créditos;” Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano; pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade (Jó 31:5-6).” Antes que alguém mencione a parábola do fariseu e do publicano orando no Templo, é importante salientar que aquele foi um arrogante soberbo, e este um humilde pecador.

Há registros de bençãos obtidas por meio da intercessão citando os méritos dos necessitados. Foi assim na cura do servo do centurião (Lc. 7), relataram suas virtudes a Jesus; um homem digno, amigo do povo e construtor de sinagogas. Seus maiores méritos foram omitidos; humildade e fé. Dorcas, ressuscitada pela participação de Pedro; cheia de boas obras e esmolas, tinha muito crédito. Entretanto, vemos situações que nem mesmo as intercessões surtem ou surtiriam efeitos. Na hipótese trazida por Deus ao profeta Ezequiel (14.14): “Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o Senhor DEUS.” O curioso neste texto é a expressão é que seriam livres por sua justiça. O líder libertador Moisés, opôs-se à decisão do Eterno de destruir a nação e conceder-lhe outra, pedindo o perdão para os compatriotas  e, se negado, ele próprio se excluiria. Foi atendido quanto a sua reivindicação, e além do livramento aos seus irmãos, ele conheceu um pouco mais do caráter santo e justo do Criador: “Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro.”    (Êx. 32:33).

A pergunta que não quer calar: Como está o seu crédito com o Todo Poderoso?
Embora enfatizemos o que disse o anjo Gabriel; “porque para Deus nada é impossível”, existe  uma que é impossível para Deus; é absolutamente  impossível que Ele cometa injustiça.
                                                            Fraternalmente, 
  Pastor Ednilson Pedro Sobrinho

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