NÃO É POR ACASO



Considerando um tema proposto na festividade dos jovens “Transformados para Transformar”, trouxemos uma reflexão na qual examinamos o processo da primeira parte e segunda; sofremos a transformação e daí influenciamos outros a serem transformados.
Há uma curiosa história de um certo sábio que aconselhava o povo de determinada região. Uma mulher o procurou trazendo seu jovem filho e fez um pedido inusitado: O senhor poderia aconselhar meu garoto a deixar de comer açúcar em demasia e compulsivamente? Surpreso e constrangido, o sábio pediu que a mãe voltasse com seu filho após dez dias. Ela não entendeu, mas obedeceu. Quando retornou no prazo estabelecido, finalmente o menino recebeu a orientação esperada. Porém, ela não se conteve e perguntou o porquê da longa espera, e ele a respondeu: Eu não poderia aconselhar seu filho a não fazer aquilo que eu também habitualmente fazia. Assim, primeiramente deixei o mau costume para depois orientar alguém também deixar.
Infelizmente, estas atitudes passam longe de alguns de nós, a hipocrisia tem imperado em muitos castelos, assim como a velha máxima do “faça o que eu mando mas não faça o que eu faço”. Querem aconselhar, ensinar a viver, mas não praticam os ensinamentos do Mestre.
À luz das Escrituras, o Deus Soberano também trabalha a vida e o caráter da pessoa, moldando e preparando para a missão de liderança. Gostamos de usar uma expressão não bíblica como sabedoria popular, nos adesivos, para-choques de caminhões e outros; “Deus não chama os capacitados, mas capacita os chamados.” O ideal seria os que se dizem capacitados, pois como diz em Provérbios, a humildade vai sempre adiante da honra (Pv18.12). Deus dá o dom, o chamado pode vir a seguir e depois ela assume a função ou ministério. A preparação pode acontecer no dia a dia, pelas experiências ou mesmo pela busca do conhecimento.
O estar administrando não significa ser um bom líder, tampouco que foi preparado por Deus, porém, existem os que foram escolhidos desde o ventre da mãe, moldados, edificados e provados para servir e estar em comunhão com o Senhor. É importante distinguir o ser usado da comunhão; pois nem sempre esta deriva daquele. Quem não lembra da mula falando ao profeta Balaão? Nabucodonosor e Ciro chamados de servos? E tantos mais à serviço do Criador para determinados fins e não tendo comunhão com Ele.
Em alguns momentos vislumbramos etapas e entendemos a preparação de alguns; Davi foi um dos mais famosos. Até vencer Golias ele passou pelo urso, leão, indiferença da família e ainda demonstrou zelo pelo rebanho – tudo para defendê-las. Evidentemente, sua fé e amor também estavam em seu currículo. Antes de assumir o trono, mesmo já ungido como rei, suporta a perseguição, injustiça e submete-se a nefasta liderança de Saul.
Características e atitudes, podem serem negativas aos nossos olhos, mas também podem evidenciar sinais promissores, se usadas beneficamente. Como aquele radical e zeloso por determinada religião tornando-se um zeloso cristão. Como um talentoso goleiro que esteja jogando de centroavante; é só mudar de posição.
Na vida de Moisés encontramos etapas que, não coincidentemente, o credencia e o prepara para seu chamado. Fazia parte do projeto de Deus para torná-lo o libertador de Israel. Identificamos pelo menos cinco sinais característicos:
1º- Gratidão: Honrava a sua família e suas origens, recusou ser chamado filho da filha de Faraó (Hb 11.24).
2º- Humildade: Rejeitou a glória dos homens, preferindo ser maltratado a usufruir os prazeres transitórios (Hb 11.25). Mesmo após quarenta anos de serviço com o sogro não reivindica algum bem (Ex 3.1). Em seu encontro com Deus; “quem sou eu?”. Posteriormente, detém o título do “homem mais manso da terra”.
3º- Pureza: “...Considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito” (Hb11.26). Guardava o temor do Deus de Israel. Até quando fugiu para Midiã e encontrou um homem com sete filhas, contentou-se com apenas uma como esposa.
4º- Trabalhador: Não só pelos serviços prestados ao sogro, mas sua incansável disposição em servir. Obreiros preguiçosos que fogem do trabalho não se qualificam como líderes.
5º- Submissão: Mesmo após ouvir o chamado de Deus ele pede permissão ao sogro para voltar para o Egito (Ex 4.18). Nunca se viu tantos “obreiros” autônomos como em nossos dias. Desses que dizem fazer a obra de Deus, mas não querem se submeter às suas lideranças, rebeldes e contenciosos.
Por tudo isso, não por acaso, foi chamado pelo Eterno para a grande missão. Portanto, que o Espirito Santo encontre em nós características que o agrade, e permitamos a transformação necessária em nossa vida. Que o Pai nos abençoe.                                                                        
Fraternalmente,       
                                                                                            Pastor Ednilson Sobrinho                                                                                                                                                 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PREPARADO PARA SER MOLDADO POR DEUS?

CONHECENDO O CALCANHAR

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO CARNAVAL