UMA CASA ABENÇOADA
Tornou-se muito conhecida, não só nas igrejas como secularmente, a música do Regis Danese na qual mencionava “... entra na minha casa entra na minha vida...” Certamente todos querem a presença de Deus em seus lares, muito mais em razão das bênçãos inerentes, que pelo compromisso de proporcioná-Lo uma agradável estadia. Lembremos o episódio de Moisés cumprindo a ordem divina que marcassem os umbrais das vergas das portas nas casas dos israelitas com sangue (Ex.12.7), compreenderam o benefício da aliança com o Eterno e, consequentemente, o livramento às suas famílias. Naquela oportunidade o Anjo da Morte distinguia a residência dos egípcios dos judeus devido ao sinal externo.
Não foi diferente nos dias de Josué quando conquistava Jericó, o fio de escarlata na janela de Raabe simbolizava o impedimento da destruição e o livramento para ela e toda sua casa (Js.2.18). Em comum, nas duas situações era que o vermelho estava em evidência como menção de vida através do sangue, simbolizando o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo por sua morte na cruz do Calvário.
Como ser um bom anfitrião para Deus? Embora a origem deste termo não seja das mais simpáticas, visto que segundo a mitologia grega, Anfitrião era um guerreiro que passava mais tempo nas batalhas que na própria casa com a sua mulher Alcmena, e esta despertou o desejo de Zeus pela sua formosura. Até aqui, nada demais. Porém, determinado a possui-la, Zeus resolve mudar sua imagem e se fazer passar por Anfitrião. Alcmena, inocentemente, se relaciona com ele e dá a luz Hércules. Surpreendentemente, Anfitrião, após saber toda a verdade, se orgulha de que sua esposa fora mulher de Zeus; daí a origem de “ser um bom anfitrião”. O maior ensinamento que depreendemos desta estória é que o casal deve evitar o afastamento e procurar sempre ficar junto; além de sempre cuidar da sua própria casa.
Mas o Deus único e verdadeiro, aquele que podemos confiar totalmente, diferentemente que muitos dizem, Ele não quer nos visitar, mas habitar dentro de nós. Por extensão, o cuidado Dele conosco também consiste aos nossos entes. Assim como Noé que foi chamado por Deus e recebeu a ordem que salvasse, não somente ele e os animais, mas também a sua família, é propósito do Senhor abençoar nós e toda a nossa casa. Como também Paulo deixou registrado: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Tm 5.8).
A presença de Deus no início da independência de Israel, desde o deserto até Davi, era simbolizada pela Arca da Aliança, objeto de madeira de acácia coberto de ouro interna e externamente. O Senhor ordenou que estivesse dentro desta peça três elementos; a vara de Arão, as tábuas dos dez mandamentos e uma porção do maná, que foi um alimento vindo dos céus. Pela ordem, a vara de Arão simbolizava a autoridade sacerdotal, o guia; assim como toda casa para ser abençoada necessita de uma liderança. A autoridade não pode ser confundida com autoritarismo, pois destrói os laços de afinidade e amor. Mas, acima de tudo, um lar necessita do culto ao Supremo Criador, a autoridade máxima.
Não podemos falar de Deus sem obedecê-Lo. Daí a tábua dos dez mandamentos, é reconhecer a necessidade da submissão. Onde não há ordem, vira desordem, uma casa na qual cada um tem suas próprias regras é uma autêntica babel. Sem disciplina não há sucesso, sem normas não há justiça, sem a cooperação por um propósito definido a anarquia se estabelece e não há benção.
O terceiro elemento no interior da arca que remete a presença do Todo Poderoso detém uma característica peculiar. Enquanto a vara e a tábua auxiliam na direção, a porção do maná é o testemunho de uma experiência. É a certeza de que as necessidades serão supridas. É o elemento que edifica a fé, para nunca esquecer que do alto virá o socorro. Uma casa para ser abençoada precisa estar alicerçada na fé; pais ensinando seus filhos a praticarem a confiança em Deus e reconhecendo a dependência completa do Altíssimo; porque “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl127.1).
O adorador e rei Davi, displicentemente, tentou trazer a arca para Jerusalém; frustrado, resolve deixa-la na casa de um levita chamado Obede Edom, e este a guardou por três meses; sendo neste curto período grandemente abençoado, bem como toda sua casa. Obede significa servo e Edom, vermelho. Isto nos lembra alguma coisa?
“Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos...” (Dt7.9).
Comentários
Postar um comentário