O QUARTO BATISMO

Antes que alguns se precipitem julgando o tema herético, ratificamos a crença total no ensinamento paulino do qual “...há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. (Ef.4.5-6). Não coadunamos com alguns seguimentos discriminatórios que, apesar de crer na mesma Bíblia, desconsideram o batismo de outras denominações e pregam o “rebatizamento” para ingressarem no hall de membros de sua instituição. O apóstolo enfatiza que somente um é necessário, em se tratando da condição de ser em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Abordaremos quatro tipos mencionados no Novo Testamento com simbologias distintas.

O ato do batismo, ordenança divina, faz parte de uma iniciação do discípulo, um testemunho público de fé que segue ao arrependimento (At 2.38), conditio sine qua non. E tendo em vista uma melhor forma desta decisão com toda convicção, ensinamos em uma classe específica os procedimentos de um novo convertido que se submete à Palavra de Deus. Nunca é demais lembrar que a palavra batismo é transliterada do grego “baptizo” que significa imergir ou mergulhar e tem por finalidade simbolizar a morte para o sistema deste mundo e, consequentemente, uma nova vida em Cristo (Rom.6.6-14; Col.2.12).

Compreendida a definição, segue o tema proposto, identificando onde há menção de quatro batismos. Éfeso, importante centro comercial da época e reduto de adoração de pretensa deusa por nome Diana, recebe a visita do eloquente Apolo, pregador de boas novas, fervoroso e que ensinava com precisão sobre Jesus, porém, conhecia apenas o batismo de João. Priscila e Áquila, discípulos de Paulo, lhe expuseram melhor o caminho de Deus. (At. 18.25-26); e aconteceu que chegando o apóstolo Paulo em Éfeso e encontrado ali discípulos de Apolo, vê a necessidade de diferenciar o ministério de João com o ministério de Jesus; este na plenitude do entendimento e aquele sendo uma transição do que haveria de vir; assim, são agora batizados em o nome de Jesus.

A seguir, impõe-lhes as mãos vindo sobre eles o Espírito Santo, promessa do Senhor aos que cressem: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”. (Jl 2.28-29). Também João testemunhou acerca de Jesus: “...Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. (Mt 3.11b). O próprio Cristo enfatizou ser esta uma promessa do Pai, um revestimento de poder. E a evidência mais presente é o falar em línguas estranhas. (Atos 2, 8, 10 e 19).

Curiosamente, Jesus usa o termo batismo também para caracterizar o que haveria de passar: “Tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo se realize”! (Lc. 12.50). E, após mencioná-lo, avisa que sua missão não seria trazer paz à terra, mas divisão; inclusive divisões na própria casa. Uma declaração não muito simpática aos que pensam numa sublime harmonia e bonança neste mundo. Embora Cristo seja o Príncipe da Paz, convém ressaltar ser a paz interior, estar bem com Deus e consigo mesmo, ou seja, uma boa consciência. Evidentemente, não se esquecendo que somos chamados para sermos pacificadores (Mt. 5.9). “Se for possível, quanto depender de vós, tendes paz com todos os homens”. (Rm.12.18). E ainda “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor”. (Hb.12.14).

Este batismo que Jesus seria batizado denota o sofrimento que haveria de passar. Um tipo de batismo rejeitado pela grande maioria. Um mergulho na dor; sujeitar-se a uma humilhação; se decepcionar com os ingratos; silenciar-se mediante os acusadores e escarnecedores; não receber “tapinha nas costas” de bajuladores; dispensar a auto justificação para ostentação diante da sociedade; ser visto como virtuoso(a) para massagear o ego; vivenciar o verdadeiro Reino de Deus, não das cadeiras acadêmicas, mas de amar o próximo (todos) incondicionalmente.

Este tipo de batismo não dá ibope nas redes sociais; não desperta risos dos colegas; não demostra superioridade como de muitos que querem ensinar o que não praticam, mas lágrimas de um coração sincero; um aperto no peito de quem não pensa em si próprio mas abre mão de seus propósitos mesquinhos e arrogantes pelo bem da coletividade; a agonia que gera a angústia da tristeza de quem mesmo sabendo que no final vai valer à pena, sofre com este tipo de batismo. “...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. (2Cor 12.9a)
                                                                                                                                      
                                                                                                                    Fraternalmente,                
                                                                                                             Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
                                                              

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