POUPA O TEU POVO!
“Quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme”
( Pv 29:2)
Certamente é a passagem mais lembrada quando pensam elegerem cristãos. Porém, muito mais que a nomenclatura, o texto fala de ser justo, e aí começa o dilema. Encontramos na Bíblia alguns versículos impactantes e quase um paradoxo do que aprendemos; ao ler o Salmo 37.4 não encontramos que o Anjo se acampa ao redor do cristão; mas sim do que teme a Deus. Tampouco Malaquias 3.18 afirma que um dia veremos a diferença do crente para o ímpio; mas do que serve a Deus e o que não serve. Logo, compreendemos que não é dizer ser, mas quem, de fato, sou. Não é o que prego que vale, mas sim o que vivo. Uma frase inesquecível: O que fazemos fala mais alto do que nós falamos.
Somos habituados a vermos virtudes em nós; até acreditam alguns que Deus é brasileiro!!! Se em 1948 tivemos a honra de assinar um decreto beneficiando Israel, com Osvaldo Aranha, então presidente da ONU; no século XXI envergonhamos o mundo como sendo o país mais corrupto que impera a impunidade e a desigualdade social. Retrocedendo no tempo, lembramos nossas injustiças com os índios e negros, estes com um prolongamento de escravidão alheios à decisão das outras nações; e aqueles sendo dizimados e expulsos das próprias posses. Atualmente, com uma mentalidade bíblica, lamentamos o nosso início de um descobrimento de conivências abomináveis, desde a feitiçaria dos povos primitivos, passando pelo oferecimento desta nação às entidades ao mergulho na idolatria.
Infelizmente, até nossos dias cantamos nos cerimoniais um hino cuja letra desonra o Criador: “Oh! Pátria amada, idolatrada, salve, salve”. Exagero? Somos radicais? Talvez. O que dizer então da frase cortada do positivista August Comte, um maçom, em nosso maior símbolo? “ O amor por princípio, ordem por base e progresso por fim. ”? Quantos falsos heróis! Cabral, um desprezado português, e a sua experiência, ou aventura, sendo influenciado “pelo vento” e casualmente ter “encontrado” este Torrão. Tiradentes, pintado como um Cristo; uma independência proposta pelos próprios opressores; isto sem mencionar a simpatia do governo brasileiro pelo fascismo e nosso adiamento de ingressar na corrente dos aliados na segunda guerra mundial!
Não! Não somos pessimistas, tampouco crítico contumaz do Brasil, mas não podemos deixar de considerar nossas faltas com Deus e com a humanidade. Gostamos de sermos lembrados pela simpatia, cordialidade, solidariedade e perseverança; mas não suportamos o título de acomodados e maliciosos, adeptos da cultura da facilidade e da “farinha pouca, meu pirão primeiro”; elegemos candidatos que mais nos beneficiam ou nos beneficiaram pessoalmente que aqueles que atendem aos anseios da sociedade como um todo. Aos nossos amigos tudo, aos menos afetivos nada. Não gostamos de ver injustiças, mas não nos incomodamos quando é a nosso favor. Detestamos que furem as filas, mas alegramo-nos por sermos privilegiados.
Criticamos os corruptos e o nepotismo, mas achamos ser benção de Deus recebermos ganhos indevidos, além de podermos ajudar os parentes. Vendemos, valorizando excessivamente nosso bem; mas desvalorizamos o patrimônio do próximo quando compramos para obtermos vantagens nos negócios. Alegamos sermos patriotas ao torcermos pela seleção brasileira, mas não nos constrangemos de sonegarmos impostos, defraudando a nação. Apoiamos adúlteros, pervertidos, adeptos da ideologia de gêneros e erotização de crianças e comunistas porque são do nosso partido e criticamos adversários só por ser concorrentes. Achamos um absurdo quando a elite quer aumento, mas reivindicamos para nossas classes prerrogativas. Quanta hipocrisia!!! O que somos na verdade?
Por muito menos o povo de Deus ouviu a mensagem: “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? (Jl 2.17). ” Podemos até considerar as qualidades do oponente, desde que não fiquemos aquém. Uma das mais verdadeiras frases acerca do homem: Queres conhecer alguém? Dá-lhe poder. Temos visto, perplexos, a transformação de pessoas humildes em verdadeiros arrogantes após a mudança de classe, ou até mesmo ao tornar-se um líder, chefe ou encarregado. Surpreendente!!!
Já não olhamos com bons olhos o conselho paulino para o discípulo Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. “ (1 Tm 2:1,2). Afinal, podemos não ter simpatia por eles. Não é mesmo?
O Julgamento das Nações é um dos eventos escatológicos mais desprezados da Teologia. As nações serão julgadas pela maneira como trataram a Igreja (compreendendo o povo) e/ou os judeus durante a Grande Tribulação. “Congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre os povos, repartindo a minha terra entre si. Lançaram sortes sobre o meu povo, e deram meninos por meretrizes, e venderam meninas por vinho, que beberam”.(Jl3.2-3)
Evidentemente, não podemos nos omitir do processo político que envolve o país, no entanto, é preocupante a motivação de alguns pelo sufrágio e indiferença pelas necessidades alheias, visto que, como igreja e corpo de Cristo, aprendemos “considerar os outros como superiores a nós mesmos”. Assim, é tempo de clamar em súplicas, jejuar e proclamar a vinda de Nosso Senhor Jesus, o nosso Justo Juiz. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mt 5.20)
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