A VERDADEIRA PRIORIDADE


    Em uma de nossas reuniões ministramos a respeito do tema “O que temos nos tornado?”. Concluímos haver a necessidade de percebermos as mudanças que nos ocorrem. Não! Não se trata de mudanças físicas, conquanto são inevitáveis, mas no modo de enxergar a vida, o nosso próximo e, principalmente, nossa comunhão com Deus. Temos recebido uma gama de informações on line, embora algumas nem tão verdadeiras, porém voamos neste mundo virtual recolhendo e passando; baixando e enviando; lendo e criticando; vendo e achincalhando; apontando e julgando..., enfim, tornamo-nos mais conectados e mais bem informados.


    A Coca-Cola já não nos ilude, as margarinas são preteridas, assim como outros produtos antes preferidos. Descobrimos as diferenças dos industrializados, das gorduras; malefícios e benefícios... estamos vivendo com mais qualidade de vida. Aprendemos os cuidados, andamos e corremos mais, desenvolvemos a cultura do Direito e, consequentemente, cobramos mais. Novos tempos! Progresso?? Até que ponto o corpo e a mente nos dão longevidade e saúde espiritual? Uma das reflexões que compartilhamos, na verdade, veio de Brasília, não do Congresso Nacional, mas de um cidadão e trabalhador desempregado sendo confrontado com a Palavra de Deus.

    Observando o interesse dos seus discípulos pelo reconhecimento, num autêntico embate pela glória, eminência e competição por cargos, Jesus declarou: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. ” (Mt 18.4). Uma dura palavra para aqueles experientes seguidores de Cristo. Alguns já haviam sido empresários no ramo da pesca, como Pedro e João; outro um exímio conhecedor de tributos; outro até foi elogiado pelo próprio Mestre “...eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo! ”; outro com a responsabilidade contábil, o tesoureiro Judas..., cada um com suas qualidades e com currículos consideráveis. Talvez no íntimo pensassem que estavam impressionando a Jesus.

    Semelhantemente à questão citada, atualmente, em pleno século XXI, deparamos com as mesmas questões humanas. Adquirimos a formação, pós-graduação, doutorado, PhD, especialização no exterior, certificados, moção de aplausos, admiração, poder (não da parte de Deus, mas dos homens); e muitos outros títulos que, embora importantes, não caracterizam uma plena comunhão com o Espírito Santo, tampouco a sabedoria divina.

    O Mestre remete-nos a olhar para os pequeninos. Adultos conhecem bem as crianças! Até por experiência própria, diga-se de passagem. A relação feita pelo Senhor Jesus consistindo, sobretudo, em conditio sine qua non à aspiração celestial, é um paradoxo de tudo o que aprendemos sobre rótulos eclesiásticos e acerca da expectativa de Deus a nosso respeito.

    Crianças quando são chamadas, normalmente, costumam obedecerem.   
    Crianças reconhecem suas fragilidades, demonstram medo.
    Crianças são naturais com simplicidade, perguntam sem más intenções.
    Crianças querem segurança na caminhada, alguém para dar a mão, dependência.
    Crianças não são boas para mentirem, têm dificuldades para representarem.
    Crianças conseguem perdoar com mais facilidade e também sabem pedir perdão.
    Crianças gostam de imitar. São atentas para o aprendizado, humildade.
    Crianças acreditam que sonhos se tornam reais. Visualizam um mundo melhor, creem.
    Crianças não discriminam, conseguem sorrir até para um estranho.
    Crianças necessitam de atividades. Querem ser úteis.

    Alguém tentando explicar o propósito do Mestre, considerou que deve existir uma placa no Céu com os seguintes dizeres: “É proibida a entrada de adultos”. Certamente que algumas das características acima mencionadas passam longe das nossas, porém se entendermos quais são as verdadeiras prioridades, temos a possibilidade de alcançarmos o modelo estabelecido.
   
 “Buscai, pois, em primeiro lugar; o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6.33). Aqui não está um incentivo para a alienação completa do mundo e vivermos somente dentro das igrejas, mas a definirmos as nossas prioridades. A busca desenfreada para a realização dos projetos e sonhos associados às riquezas e prazeres terrenos, produz graves consequências futuras. 

    
É importante olharmos para dentro de nós e respondermos com sinceridade: Em que lugar está o reino de Deus em nossa vida? O que hoje é mais importante para mim? De que forma tenho me relacionado com Deus? Tenho tido prazer em busca-lo ou só cumpro um formalismo religioso? Tenho tido prazer em proclamar o evangelho aos perdidos? Tenho verdadeiramente amado o meu próximo? TENHO ME PREPARADO PARA ENCONTRAR-ME COM O MEU SENHOR?

    Um certo pastor de uma igreja no interior tinha muita dificuldade para conscientizar os membros da importância do congregar, ensino e, principalmente, da frequência na Escola Bíblica Dominical. Nas manhãs de domingo raramente alguém se dispunha a ir. Como muitos de nós, sempre com muitas atribuições. Foi quando aquele líder teve uma ideia. Ao invés de passar pelas casas dando bom dia ele gritava em alto e bom som: JESUS ESTÁ VOLTANDO! E muitos foram despertados a compreenderem a verdadeira prioridade.

                                                                                                                            Fraternalmente                                                                                                                                  Pr. Ednilson Pedro Sobrinho

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