VOCÊ AMA SEUS IRMÃOS???
Uma
das frases mais curiosas que ouvi: “Fala-se tanto de amar os inimigos que já
está na hora de amarmos os próprios irmãos. ” Assim como uma reunião não
significa uma união de pessoas, nem sempre o estar junto significa uma unidade.
Ironicamente, nunca tivemos tantos “amigos” nas redes sociais e nunca estivemos
tão sós. Nos aproximamos dos distantes e nos afastamos dos de perto. De fato,
por se multiplicar a iniquidade, disse Jesus, o amor de muitos se esfriaria.
Tempo
dos amantes de si mesmos? Seria somente no âmbito secular? Não ignoremos que
lidamos com injustiças e animosidades até em nossas comunidades, isto, por que
não dizer, dentro das próprias famílias? “Assim,
os inimigos do homem serão os da sua própria casa. ” (Mt 10.36). Profecia
esta já proferida há, aproximadamente, 722 anos antes de Cristo, pela boca de
Miquéias (7.6).
Indubitavelmente,
os mais próximos também são os mais fáceis de ferir; nossa resistência é menor.
Ingratidão, inveja, ódio, poder..., diversos são os motivos que levam amigos a
tornarem-se inimigos. Considerando que o primeiro assassinato no mundo ocorreu
entre irmãos, pois Caim, por inveja, matou Abel. Os irmãos de José o rejeitaram
e o venderam como escravo. Os irmãos de Davi também o preteriram e o acusaram
de presunção e maldade quando se ofereceu para lutar contra o gigante. O que
dizer dos irmãos de Jesus? Reconhecemos um problema histórico que tem acrescido
nos dias atuais.
Embora pareça mais fácil, lidar com irmãos biológicos ou espirituais,
nem sempre é garantia de sucesso. Visível ou invisivelmente, a característica
nociva de alguns encontra total desagrado do Criador. Após citar seis coisas
que Deus aborrece, o sábio Salamão cita uma sétima e abominável: “... o que semeia contenda entre os irmãos.
” (Pv 6.19b).
O filho pródigo foi perdoado pelo pai, mas não pelo irmão mais velho. Os
irmãos de Moisés insurgiram-se contra ele no deserto. A mesma irmã que dançou
de alegria e o mesmo irmão (Arão) que teve a honra de ser o porta voz do líder,
já não queriam reconhecer a sua autoridade; fato recorrente em nossos dias. A
submissão é importante elemento de análise, sobretudo do caráter do que se diz
irmão. Quem não aprendeu a obedecer, não se credencia para um bom líder; por
mais que engulam livros, seminários, encontros e palestras. Nossa melhor
referência é Cristo. “ Embora sendo
Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido
aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe
obedecem”. (Hb5.8,9).
O pacote do sofrimento e aperfeiçoamento passa pelo relacionamento com
os irmãos. Exceto em momentos de oração, o isolamento é um reflexo da falta de
espiritualidade e comunhão com Deus. É mais fácil estar conectado, online, ouvir
na rádio ou até assistindo no youtube os pregadores famosos, que conviver
humildemente no Corpo de Cristo. João, um expert na matéria do amor, sacramentou:
“ Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê. ” (I Jo4.20).
Bom
relacionamento é uma arte que começa com o respeito, ser um gentleman. O que empresta seus ouvidos a
um crítico contumaz que, normalmente, não frutifica; breve também será alvo desse
difamador. Devemos amar na horizontal (uns aos outros) para amarmos na vertical
(a Deus). Conhecimento, experiência e comer ceia não significa conversão. Jesus
orientou categoricamente ao discípulo e seguidor Pedro, que por três anos e
meio o acompanhou: “ ... quando te
converteres fortalece aos teus
irmãos. ” (Lc5.32b). A resposta de Pedro é a mesma que ouvimos atualmente
de muitos obreiros e líderes: “Estou pronto”. Na verdade, se acham prontos. Não
precisamos exemplificar as distorções de ensinos e índoles que temos percebidos
destes.
Abnegação
e cuidado acompanham o verdadeiro amor fraternal; olham mais para os outros que
para si. Paulo, correndo perigo, foi colocado em um cesto pelos irmãos. Será
que hoje tirariam uma self e postariam no Face ou Instagram ridicularizando-o?
Miriam seguiu o cesto de Moisés, seu irmão, até estar seguro. Posteriormente,
Moisés “preferiu ser maltratado junto
com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado... (Hb
11.25). Ele também questionou com o próprio Soberano acerca da sentença
condenável aos irmãos judeus, preferindo até abandonar sua missão e recompensa.
O
alerta antes da queda também é função dos irmãos sinceros: “...se algum entre vós (irmão) se desviar da
verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu
caminho errado, salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados. ”
(Tg5.19,20). Uma bela prova de amor!
E, finalmente, o propósito do próprio Salvador e Rei Jesus: “Pois tanto o que santifica como os que são
santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele (Jesus), não se
envergonha de lhes chamar irmãos. ” (Hb 2.11)
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
Realmente amar é uma tarefa no mínimo difícil, que o Senhor Jesus nos ajude a amar sem restrições!!! Graça e Paz!!!
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