“SE O MEU POVO, QUE SE CHAMA PELO MEU NOME, ...”

Princípios de obediência sempre marcaram a
relação do homem com Deus. O próprio Filho de Deus manifestou o critério de
submissão total e irrestrita referindo-se aos discípulos; “se me amais,
guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Posteriormente, o escritor expressa:
“embora sendo Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o
Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.8,9).
Acrescentando: “Mas, se estais sem disciplina, de que todos se têm tornado
participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hb 12.8). Aqui está a grande
diferença que caracteriza o verdadeiro discípulo do Senhor e co-herdeiro com
Cristo; o filho, de fato, está subordinado ao senhorio de Deus, logo o Espírito
testifica com o nosso espírito.
Se necessário fosse, ficaríamos registrando
centenas de versículos sobre tribulações diversas provenientes do pecado, como
observou o profeta: “Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído”
(Os14.1). Ainda no mesmo livro: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe
falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também
eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus,
também eu me esquecerei de teus filhos. ” (Os 4.6). Porém, o conhecer sem
exercer não tem benefício algum. O intitular-se cristão, não tem qualquer
relevância para o mundo que vivemos, tampouco frequentar reuniões de cunho
religioso; mas sim viver o verdadeiro evangelho.

O monarca é informado por Deus que ouviu a
sua oração, aprovou a sua obra e que tinha princípios a serem cumpridos caso
viessem as adversidades. A primeira condição seria de ser povo Dele. Embora o
profeta Ezequiel ter relatado a verdadeira compreensão da soberania do Senhor,
isto é, que todos pertencem a Ele; “ eis
que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é
minha; (já sacramentava) a alma que
pecar, essa morrerá” (Ez 18.4); expressando um ato humano; que,
infelizmente, alguns entendem por mérito e ignoram um relacionamento de
sujeição ao Pai.
Observemos que no texto título que não é o
povo que chama pelo nome do Senhor, mas o que se chama pelo seu nome. Ou seja, ter características de ser de
Deus; é identificado como tal, não por predestinação, mas por testemunho. Como
dizer ser povo de Deus se não ama seus semelhantes? Como dizer ser povo de Deus
se não é fiel nem nas mínimas coisas? Como dizer ser povo de Deus se não
respeita suas lideranças? Como dizer ser povo de Deus se não crer no amor de
Deus para salvar os perdidos? Como dizer ser povo de Deus se o acusa de ser
autor do pecado? Como dizer ser povo de Deus se não pratica a fé?
A seguir, na continuidade do versículo
título são acrescentadas quatro ações a serem cumpridas.
A
primeira é se humilhar. Etimologicamente, deriva da palavra húmus, que
significa “estar no chão ou na terra”. Muitos já perderam a essência desta
palavra, ao invés de descer, se exaltam. É interessante observar que aquele que
realmente se humilha não reivindica a sua resposta de imediato. Pedro declarou:
“Humilhai-vos pois, debaixo da potente mão de Deus para que a seu tempo ele vos exalte” (I Pe 5.6). Ainda sob os
conselhos desse presbítero amado; “...cingi-vos todos de humildade, porque Deus
resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça” (I Pe 5.5b). A
maior linguagem da humilhação está no reconhecimento da dependência.
A
segunda ação é orar. Tiago, irmão de Jesus, afirma que “nada tendes, porque
não pedis” (Tg 4.2). É assustador o número de fiéis que não oram. E muitos
quando oram não passam de dez minutos. A oração está diretamente ligada a fé.
Quando se acredita verdadeiramente ora-se mais. Paulo exorta a Timóteo que “antes de tudo que se façam orações” (I
Tm 2). Por diversas vezes em suas epístolas ele desperta à oração: “Orai sem
cessar”. O salmista também declarou: “De
tarde, pela manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei e Ele ouvirá a minha voz”
(Sl 55.17).
A
terceira ação é buscar a face do Senhor. Em um primeiro momento pode-se
entender haver aqui uma redundância; orar não seria o mesmo que buscar a face
de Deus? Se meditarmos nas palavras de Jesus entenderemos três níveis distintos
do relacionamento: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Enquanto pedir denota uma forma simplória, buscar
remete mais consistência e determinação. Buscar a face lembra também santidade,
o querer ver a Deus, o que nem sempre caracteriza suprir uma necessidade
material, mas um real anseio da alma em
ter comunhão com o Pai. “Bem-aventurado os limpos de coração porque eles
verão a Deus” (Mt 7.8).

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome,
se humilhar, e orar, buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos
, eu ouvirei dos céus, perdoarei o seu pecado e sararei a sua terra.” (II Cr. 7.14).
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
Pastorednilsonsobrinho.blogspot.com
Comentários
Postar um comentário