A LEI DE CRISTO
Algumas palavras adquirem um sentido tão negativo que muitos tendem a rejeitá-las antecipadamente, desconsiderando, inclusive, uma nova interpretação; lei é uma delas. Aprendemos a livrar-nos das cascas de legumes e de frutas porque pensávamos que apenas cobriam ou protegiam os produtos. Atualmente a ciência já constatou a importância e o valor nutricional dessas partes antes dispensadas. No meio evangélico, a palavra lei remete a ausência da graça e, consequentemente, algo desprezível e inadequado para nossos tempos, haja vista estarmos sob a nova aliança.
Lei (latim iuris), literalmente, significa um preceito emanado da autoridade soberana. Denota regra, norma, princípios..., além de também ser uma obrigação imposta. E é nesta última definição que se ampara a grande maioria. De fato, lei lembra o Velho Testamento e, portanto, menção do passado e de incompatibilidade com o novo pacto neo testamentário instituído por Jesus, o Filho do Deus Vivo, através do seu sangue. Seria, portanto, inapropriada a expressão lei no presente? A igreja apostólica extinguiria essa relação?
Na mesma carta na qual o apóstolo Paulo utiliza a história de Agar e Sara e os seus respectivos filhos, Ismael e Isaque, como símbolos de dois grupos, baseados em duas alianças; a primeira de escravidão à Lei; a segunda de liberdade da graça; alerta que esta liberdade não é irresponsável e destituída de regras. E depois de elucidar as obras da carne, declarou peremptoriamente: “ ... não herdarão o Reino de Deus os que tais coisas praticam “ (Gal 5.21b). Ele incentiva o auxílio mútuo como demonstração de espiritualidade e ordena a seguir: “ ... Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo “ (Gal 6.2). Não podemos utilizar o favor imerecido do Senhor sobre nós para nos eximir de nossas responsabilidades e atribuições.
Tudo que observamos até aqui parece incoerente e proporciona um choque em alguns ao compreenderem que, mesmo no Novo Testamento, continuamos a submeter-nos aos princípios da obediência da autoridade divina. Jesus declarou: “ Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando” (Jo 15.14). Antes que alguém pense estarmos incutindo um fardo imposto aos crentes, é bom lembrar que o ‘amar ao próximo como a si mesmo” já havia sido ratificado por Cristo como ordenança. Inexplicavelmente, uma enorme distorção exegética tem se estabelecido nessa fala do Mestre! Alguns a utilizam até para expressar a importância de amarmos a nós mesmos, em um autêntico narcisismo. Interpretam: “quem não ama a si mesmo não consegue amar o próximo”. Assim, constituindo uma deturpação completa do ensino cristão. Jesus estava dizendo que assim como você jamais quer seu próprio mal, ao contrário, quer sempre ser beneficiado, deseje isto ao seu próximo.
A vontade do Pai é que sejamos solícitos para levar as cargas uns dos outros. Ainda em Gênesis, Deus viu a necessidade do companheirismo quando criou a mulher da costela do homem. “...far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gen 2.18b). Sabemos que uma auxiliadora tem a função de auxiliar, logo, uma companheira. A palavra companheiro deriva do latim cum panis, significando aquele que dividimos o pão. Na oração sacerdotal de Jesus: “ Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um “ (Jo 17:20,21). Revelando sobre a recompensa desse ato solidário e o porquê devemos fazer: "O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mt 25:40).
Como levar as cargas uns dos outros?
Precisamos ter o cuidado para não excedermos nossos limites de peso, porque além de auxiliarmos os outros “... cada qual levará a sua própria carga” (Gl 6:5). Listaremos cinco ações como formas de desenvolvermos a nobre tarefa a nós confiada:
1- Oração. A intercessão é fundamental para qualquer tarefa, sobretudo alívio das cargas. Neste sentido, não só para a pessoa que ajudamos, mas para a nossa própria retaguarda.
2- Palavra de Ânimo. Quem nunca se fortaleceu com o incentivo de alguém? Este é o método divino mais utilizado na Biblia.
3- Gestos afetivos. Devido ao enorme avanço tecnológico, nas redes sociais, aprendemos a nos aproximar dos distantes e, infelizmente, nos afastamos dos próximos. Uma mensagem ou um vídeo, por mais forte que seja, não substitui um abraço ou um olhar nos olhos.
4- Repartir. “ ...o que reparte, faça-o com liberalidade...;” (Rm 12.8b). Jesus também declarou que mais bem-aventurado é dar do que receber. Por vezes precisamos assistir aos outros nas necessidades.
5- Exercer a compaixão. Eis o grande desafio do cristão! Enquanto os quatro atos acima podem ser exteriores, este requer a participação da alma. Verdadeiramente o “chorar com os que choram”, sinceramente, só é possível quando nos colocamos no lugar da pessoa. Isso é compaixão. Nesse nível, pensamos mais nos outros, fazemos algo mais e o Espírito Santo nos enche.
O pastor não é um super-homem. O cuidado mútuo deve ser a marca de uma igreja saudável. A lição de Jó sendo abençoado quando orava por seus amigos, é o retrato do que é justo diante de Deus. Assim as “demais coisas serão acrescentadas”. Muitos estão doentes pelo isolamento, não somente fisicamente, mas principalmente espiritualmente. “ Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16)
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
Lei (latim iuris), literalmente, significa um preceito emanado da autoridade soberana. Denota regra, norma, princípios..., além de também ser uma obrigação imposta. E é nesta última definição que se ampara a grande maioria. De fato, lei lembra o Velho Testamento e, portanto, menção do passado e de incompatibilidade com o novo pacto neo testamentário instituído por Jesus, o Filho do Deus Vivo, através do seu sangue. Seria, portanto, inapropriada a expressão lei no presente? A igreja apostólica extinguiria essa relação?
Na mesma carta na qual o apóstolo Paulo utiliza a história de Agar e Sara e os seus respectivos filhos, Ismael e Isaque, como símbolos de dois grupos, baseados em duas alianças; a primeira de escravidão à Lei; a segunda de liberdade da graça; alerta que esta liberdade não é irresponsável e destituída de regras. E depois de elucidar as obras da carne, declarou peremptoriamente: “ ... não herdarão o Reino de Deus os que tais coisas praticam “ (Gal 5.21b). Ele incentiva o auxílio mútuo como demonstração de espiritualidade e ordena a seguir: “ ... Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo “ (Gal 6.2). Não podemos utilizar o favor imerecido do Senhor sobre nós para nos eximir de nossas responsabilidades e atribuições.
Tudo que observamos até aqui parece incoerente e proporciona um choque em alguns ao compreenderem que, mesmo no Novo Testamento, continuamos a submeter-nos aos princípios da obediência da autoridade divina. Jesus declarou: “ Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando” (Jo 15.14). Antes que alguém pense estarmos incutindo um fardo imposto aos crentes, é bom lembrar que o ‘amar ao próximo como a si mesmo” já havia sido ratificado por Cristo como ordenança. Inexplicavelmente, uma enorme distorção exegética tem se estabelecido nessa fala do Mestre! Alguns a utilizam até para expressar a importância de amarmos a nós mesmos, em um autêntico narcisismo. Interpretam: “quem não ama a si mesmo não consegue amar o próximo”. Assim, constituindo uma deturpação completa do ensino cristão. Jesus estava dizendo que assim como você jamais quer seu próprio mal, ao contrário, quer sempre ser beneficiado, deseje isto ao seu próximo.
A vontade do Pai é que sejamos solícitos para levar as cargas uns dos outros. Ainda em Gênesis, Deus viu a necessidade do companheirismo quando criou a mulher da costela do homem. “...far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gen 2.18b). Sabemos que uma auxiliadora tem a função de auxiliar, logo, uma companheira. A palavra companheiro deriva do latim cum panis, significando aquele que dividimos o pão. Na oração sacerdotal de Jesus: “ Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um “ (Jo 17:20,21). Revelando sobre a recompensa desse ato solidário e o porquê devemos fazer: "O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mt 25:40).
Como levar as cargas uns dos outros?
Precisamos ter o cuidado para não excedermos nossos limites de peso, porque além de auxiliarmos os outros “... cada qual levará a sua própria carga” (Gl 6:5). Listaremos cinco ações como formas de desenvolvermos a nobre tarefa a nós confiada:
1- Oração. A intercessão é fundamental para qualquer tarefa, sobretudo alívio das cargas. Neste sentido, não só para a pessoa que ajudamos, mas para a nossa própria retaguarda.
2- Palavra de Ânimo. Quem nunca se fortaleceu com o incentivo de alguém? Este é o método divino mais utilizado na Biblia.
3- Gestos afetivos. Devido ao enorme avanço tecnológico, nas redes sociais, aprendemos a nos aproximar dos distantes e, infelizmente, nos afastamos dos próximos. Uma mensagem ou um vídeo, por mais forte que seja, não substitui um abraço ou um olhar nos olhos.
4- Repartir. “ ...o que reparte, faça-o com liberalidade...;” (Rm 12.8b). Jesus também declarou que mais bem-aventurado é dar do que receber. Por vezes precisamos assistir aos outros nas necessidades.
5- Exercer a compaixão. Eis o grande desafio do cristão! Enquanto os quatro atos acima podem ser exteriores, este requer a participação da alma. Verdadeiramente o “chorar com os que choram”, sinceramente, só é possível quando nos colocamos no lugar da pessoa. Isso é compaixão. Nesse nível, pensamos mais nos outros, fazemos algo mais e o Espírito Santo nos enche.
O pastor não é um super-homem. O cuidado mútuo deve ser a marca de uma igreja saudável. A lição de Jó sendo abençoado quando orava por seus amigos, é o retrato do que é justo diante de Deus. Assim as “demais coisas serão acrescentadas”. Muitos estão doentes pelo isolamento, não somente fisicamente, mas principalmente espiritualmente. “ Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16)
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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