SER VERDADEIRAMENTE UM FILHO DE DEUS
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. ” (Rm 8.16)
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Em tempos em que muitas autoridades se vangloriam e buscam prerrogativas pelos seus títulos, creio que esse é o maior título dado pelo Criador aos homens. Ser um filho de Deus é, acima de tudo, uma prova do incompreensível sentimento que Ele tem por nós. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fossemos chamados filhos de Deus” (1Jo 3.1a). Talvez o momento mais marcante e emblemático do ministério de Jesus tenha ocorrido no romper público da relação familiar convencional dele com sua mãe e parentes consanguíneos; quando notificado pelos discípulos acerca da presença de Maria e seus irmãos procurando-o, afirmou: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? Perguntou ele. E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12.48-50).
Ser filho de Deus passa do sentido natural do significado da paternidade e adquiri uma dimensão transcendental, visto a associação com o Eterno. “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no seu nome” (Jo 1.11,12). Nos faz lembrar aquela velha frase nas carrocerias de caminhões: “Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono”. Para muitos uma arrogância, para outros uma noção do maravilhoso privilégio de ser adotado por Deus. E neste particular, cabe uma reflexão devido à grande confusão que fazem entre criatura e filho. Todos somos criados por Deus, porém filhos, sob a ótica bíblica, são aqueles que andam nos caminhos do Senhor, creem Nele e, portanto, têm compromisso com Ele.
Uma antiga ilustração remete com lucidez a enorme diferença entre os que se envolvem esporadicamente com alguma obra de Deus e aqueles que se comprometem com Ele: Uma pessoa que come um pedaço de pão com ovo, pode dizer que a galinha se envolveu com seu lanche; pois graças a ela se alimentou com o ovo. No entanto, ao comer um presunto ou bacon, essa pessoa pode afirmar que o porco se comprometeu com o seu lanche. Porque, diferentemente da galinha, que pôs o ovo e continuou viva, o suíno precisou morrer para participar da degustação. Não sem motivo, uma ordenança do Mestre para seus discípulos é o batismo. Batismo simboliza morte. Morrer para os prazeres carnais deste mundo. “ Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6).
Como tudo na vida, os direitos são acompanhados dos deveres. A glória de ser cognominado filho de Deus também requer princípios e regras aos agraciados que entendem suas responsabilidades e compromissos. Infelizmente, existe uma corrente doutrinária que acredita não precisar praticar os ensinos e ordenanças do Novo Testamento por entenderem que já foram eleitos e qualquer prática de submissão pode sugerir um mérito. O que, na visão de alguns, excluiria a graça. Certamente essa tese teria dificuldade em considerar o registro a seguir: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; por que que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos” (Hb 12.6-8).
Encontraremos diversas passagens condicionando nossas atitudes como comprovação ou condição para sermos chamados filhos de Deus. “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que está nos céus;” (Mt 5.44,45a). Filho de Deus não anda em mentiras. Quando os judeus afirmaram para Jesus que tinham um Pai e este era Deus, ouviram do Senhor: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
O verdadeiro filho de Deus tem compromisso com o que é justo, não vive em falcatruas, não se beneficia com as irregularidades, não se corrompe e tampouco usa as pessoas para se beneficiar. “Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele (filho, de fato)” (1Jo2.29). E ainda na mesma epístola: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (1Jo 3.10). Mesmo considerando a existência da religiosidade frígida, dos ativismos e das reivindicações dos louvores para si; existem várias manifestações que denotam o amor às pessoas vindo de um coração sincero, como as orações e as ações de solidariedades.
É uma grande honra fazer parte da família de Deus! Aquele que é filho acredita na palavra do Pai, principalmente conhecendo a Sua fidelidade. Oh! quão maravilhoso será ouvir “vinde benditos do meu pai e possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Precisamos estar sensíveis à voz de Deus. “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.16). Alguém disse certa feita que existe um demônio bem pequeno chamado “Nada a ver”, e ele sempre abre os caminhos para pecados maiores e impede a santificação que, “sem à qual, ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14b). O filho que, verdadeiramente, ama o Pai, jamais quer estar longe Dele. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
“E, se nós somos filhos, somos, logo herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17)
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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