FAZER O QUE É PRECISO - DISPOSIÇÃO
“...,
se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias?” (2Re
5.13)
Embora a expressão “disponha” tenha caído
em desuso, ou, pelo menos, pouco utilizada, ainda denota uma forma cortês e
simpática de relacionamento. Saber que alguém está sempre disposto a cooperar é
sempre de bom grado. Por vezes temos o hábito de responder um “se tiver ao meu
alcance...” quando somos solicitados a fazer algo. Na verdade, o atender ao
próximo, normalmente, é procedente nas circunstâncias que não proporcionam
sacrifícios ou constrangimento; porém, sendo de nosso interesse, talvez
estejamos mais dispostos a realizar. Disposição, literalmente, significa ação
ou efeito de dispor, de arranjar, de organizar; estar pronto para auxiliar ou
ajudar. Ou ainda propor-se, resolver-se, resignar-se. Do latim dispositivo, arranjo ou gerenciamento;
relacionado ao verbo “disponere”, arrumar, colocar em ordem, arranjar. “dis” à
parte; “ponere” colocar.
O versículo citado no subtítulo, que
compreende uma parte do mesmo, foi citado pelos oficiais de Naamã, famoso
personagem bíblico que foi curado de lepra. A sua história, cantada em versos e
prosas, remete ao tratamento divino em duas áreas da vida desse comandante do
exército do rei da Síria, a cura física e da alma. Elogiado por todos que o
conhecia, partiu do seu país com aparato de quem tinha o poder para comprar
qualquer coisa que necessitasse, inclusive o favor de alguém. Ao chegar à porta
da casa do profeta Eliseu, ouviu do seu mensageiro a ordem que fosse se lavar
sete vezes no rio Jordão, para obter a restauração da sua pele. Aqui começa o
seu conflito.

Na visão daquele doente, seria humilhante
descer às águas do “poluído” rio Jordão, visto ter em sua nação rios de melhor
qualidade; e ainda mais constrangedor, certamente, ter que se lavar sete vezes.
O que parecia ser somente um problema no corpo, transparece, agora, uma
deficiência no caráter. O orgulho tem sido um dos muitos males de pessoas que
não conseguem remover feridas expostas. As águas do Jordão, após centenas de
anos desse fato, também banharam aquele que deixou a Sua glória, se humilhou,
esvaziou-se, tomou forma de homem e se entregou por amor para toda humanidade.
Temos muitos argumentos para explicar nossa resistência em sermos expostos à
crítica e deixarmos nossa zona de conforto.

Até que ponto uma fidelidade a conceitos ou
postura de religiosidade frígida são determinantes para nossa vida? Transformar
o nosso entendimento e experimentar a vontade divina é o desafio que o apóstolo
Paulo trouxe à igreja de Roma e, por conseguinte, a nós. Estar “deitado em
berço esplêndido” é muito bom, conquanto que não quebre o berço. Realizar
coisas positivas e abençoar vidas é o motor que move nossa razão de viver. Não
é humilhante reconhecer um erro, mas sim no permanecer. Pedir perdão a alguém
pode ser a chave que falta para abrir portas em nossa vida. Manifestar o amor é
trazer a presença de Deus para nós; porque só conhece verdadeiramente a Deus
aquele que se preocupa com seu próximo.

Fraternalmente,
Pr Ednilson Sobrinho
Parabéns pelo texto, uma realidade para o cristão da atualidade.
ResponderExcluirObrigado. Que Deus continue nos ajudando a refletir na Sua palavra.
Excluir