CONHECENDO MELHOR

“Quem nunca ouviu a frase “se fosse comigo seria diferente”? Ou ainda... “eu jamais faria isto ou aquilo”? Presumimos as nossas ações, mas não podemos afirmar a impossibilidade que ocorra diferente do que pensamos. A bíblia relata a necessidade de conhecermos bem três pessoas: A primeira é Deus. “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor;...” ( Os 6:3a). A segunda é o próximo “Não julgueis, para que não sejais julgados,..." (Mt 7.1a) e por derradeiro e não menos importante, conhecer melhor a si próprio.

Se conhece Deus através da Sua palavra e da revelação do Espírito Santo (1Cor. 2.10 e 11) e os que estão à nossa volta, por intermédio de suas atitudes, porque é “pelo fruto que se conhece a árvore”. No entanto, a fórmula do autoconhecimento passa pela sinceridade e termina com a humildade, sem a qual não se faz qualquer exame.

Nos últimos dias, em função das eleições, tivemos a oportunidade de conhecer mais profundamente as pessoas, principalmente através das redes sociais. Alguns excluíram amigos e familiares devido embates políticos. Você não leu errado, está escrito embate, e não debate, pois este pode compreender análises respeitosas e aquele nos extremos da impetuosidade. Por vezes o embate é precedido pelo debate, não que seja uma regra.

Lemos e ouvimos muitas palavras torpes e chulas; intolerância e arrogância foram manifestadas publicamente; em alguns casos ficamos surpreendidos pela fonte!

A ignorância se apresentou nos dois sentidos; entre aqueles que, humildemente, ignoraram os fatos, alguns até pela escolha incondicional atrelada à fidelidade por certa personalidade, e outras pela falta de humildade em considerar os erros da corrente que se identificava, realizando uma análise imparcial e histórica.

Para se conhecer bem alguém é preciso ser um bom observador e considerar as fases da vida que tendem a mudar o comportamento. Na ótica do sábio Salomão; “melhor é ir à casa onde há luto do que onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens e os vivos o aplicam ao seu coração”. (Ecles. 7.2)
A dor, a escassez e a tribulação em geral são importantes para aproximar ou conhecer melhor a Deus. “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem”. (Jó 42.5)

O salmista no Sl. 139. 23 e 24, menciona 3 etapas da relação do autoconhecimento com o auxílio divino, pois este é fundamental para o processo. Sondar, provar e guiar são verbos indispensáveis para tratamento de verdadeiro discípulo de Cristo. Sondar, no sentido de examinar vai além da observação panorâmica, é um profundo cuidado para que tudo esteja descoberto. Provar é o único meio de se detectar a qualidade do produto. Desde os primórdios tempos o ser humano é provado. As áreas mais comuns de confrontamento são o amor, a riqueza e o poder, este não necessariamente financeiro, mas de autoridade.

A velha máxima do “queres conhecer alguém, dê-lhe poder”; é ainda hoje uma regra infalível para o conhecimento humano. Alguns se transformam tanto que eles próprios se surpreendem; desde a mudança do círculo de amizades até a arrogância para com os mais simples. As escrituras afirmam que até o que fazemos será submetido à prova. (1 Cor. 3), assim como todos são provados. “O Senhor põe à prova ao justo e ao ímpio; mas ao que ama a violência, a sua alma o abomina. ” (Sl 11.5)

No último nível do conhecimento próprio, segundo Davi, há um clamor para a mudança de rumo precedida da consciência de que podemos estar pecando. “Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho e terno. ”  (Sl 139.24). Nossos valores podem destoar dos propósitos divinos. Afinal, nem tudo que é legal é moral. O apóstolo Paulo usou as expressões lícito, mas não convém e não nos podem dominar (1 Co. 6.12) para argumento da existência de uma outra lei, a da nossa consciência.  Importante ressaltar uma grande diferença entre a mente humana natural, egoísta, prepotente; e uma mente humana cristã, que renuncia seus benefícios por amor ao próximo.

“Há caminhos que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. ” (Prov. 14.12)    

Fraternalmente,

Pr. Ednilson Sobrinho