O QUE DEVO FAZER ?
Recentemente, meditando sobre os fatos que se sucederam no nascimento de Jesus, mais especificamente, no aviso dado aos pastores no campo; podemos observar grandes ensinamentos para nossa edificação. Acontecimento que, por si só, é repleto de atos com sentidos que vão além do natural. Indubitavelmente, Deus tem usado diversos meios para despertar a sua igreja acerca da nossa missão, assim, a chegada do Salvador também representa um tempo de mudança de atitudes.
O que é relevante em tomarmos conhecimento da experiência daqueles pastores? Seus nomes não foram mencionados, tampouco a quantidade. Não eram profetas, tampouco sabemos se eram religiosos; no entanto, representavam uma parte da sociedade que, assim como nós, focamos muitas vezes nas coisas deste mundo e envolvidos em nossas atividades, só reagimos quando impactados pelo poder de Deus: “E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor” (Lc2.9). Um religioso ativista por nome Saulo também se deparou com luz semelhante e caiu; e só após perceber que estava cego, permitiu ser guiado para ouvir de estranhos o que deveria fazer.
Observamos que, mesmo desenvolvendo uma atividade secular, somos chamados a cumprir algo no Reino de Deus. Assim como os discípulos de Jesus estavam ocupados e deixaram suas redes, coletoria e outras áreas para atenderem a grande comissão; os humildes apascentadores de rebanho encontravam a verdadeira razão da existência. Porquanto não é novidade que o Senhor tem prazer em se comunicar com os servos: “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos e profetas” (Am3.7). Quando pensamos o quanto deixamos de ter comunhão com o Pai em não se comunicar com Ele através da oração; percebemos o tamanho da nossa negligência.
Como parceiros do Altíssimo, não podemos banalizar o conhecimento das Escrituras, os cuidadores de animais sabiam qual era a cidade de Davi e que haveria de se cumprir uma promessa acerca do Messias esperado. “Examinai as Escrituras porque vós cuidais ter nela a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo5.39). Uma das grandes dificuldades do cristão atual é ter a prática dos bereianos; aqueles que consultavam todos os dias o que, de fato, estava registrado (Atos 17.11). Em tempos de correria e muitos entretenimentos, poucos têm atentado à meditação bíblica, motivo pelo qual ocorrem óbitos espirituais. A definição é clara: “lâmpadas para os pés, é luz para os nossos caminhos” (Sl 119.105)
Longe de haver qualquer propósito de abandono imediato de suas atividades profissionais, o ensinamento que debruçamos no episódio dos pastores, é o detectar prioridades, pois lemos que “foram apressadamente...”. A experiência espiritual precisa ter continuidade para que, realmente, tenha valido à pena. Assim como consagrações, vigílias, seminários, conferências, projetos radicais, encontros com Deus, congressos..., e tantas outras modalidades estratégicas para crescimento; é vão se não houver uma prática. “Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc2.15). uma pergunta inevitável: Não estavam os pastores envolvidos em suas respectivas atividades? É curioso observarmos que, após a informação dos anjos acerca do nascimento do Cristo, foi dito pelo anjo que encontrariam uma criança deitada numa manjedoura. Ali estava a ordem a cumprir!
Aos magos do Oriente foi ordenado seguirem outro caminho para retornarem à sua terra. Não temos notícia de alguma propagação sobre o que testemunharam em Belém; porém, nos é revelado que os pastores “...divulgaram o que havia sido dito a respeito deste menino” (Lc2.17). Podemos dizer que a região foi evangelizada imediatamente. Aleluia! Aqui encontramos a principal função da igreja; PREGAR O EVANGELHO. “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas” (Rom10.14-16).
Que neste ano que se inicia possamos perguntar ao Senhor: O que tenho que fazer? Que possamos também estarmos sensíveis à voz de Deus e sempre irmos ao seu encontro.
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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