Esta pergunta foi proferida pelo próprio Deus por duas vezes ao profeta Elias: quando este escondia-se de Jezabel dentro da caverna (1Re 19.9b) e também, logo em imediato, na entrada da caverna, ouvindo a voz do Senhor (1Re 19.13b). É surpreendente, nos dias atuais, pensarmos que alguém com tamanha comunhão com o Altíssimo, responsável por uma seca que durou três anos e meio, corajoso homem de Deus que enfrentou quatrocentos e cinquenta opositores idólatras no monte Carmelo, intercessor para que houvesse chuva, participante de maravilhosos milagres e de vital importância em Israel; estivesse desistindo da sua carreira ministerial e se isolando da batalha.
Alguns questionamentos do Senhor, por vezes, temos a sensação de que Ele só quer ouvir sua justificativa ou desabafo, e mesmo discordando ou já sabendo de que se trata, quer ouvir sua manifestação. Quem não se lembra do “onde estás” direcionado a Adão após ele e sua mulher haverem pecado? Ou do “que queres que te faça” em resposta aos gritos do cego Bartimeu? Nenhuma dúvida que em ambos os exemplos queria dar voz ao homem. E assim, como por vários motivos agimos por impulsos, entendendo serem as melhores ações ou opções; também existe o olhar do Senhor nos acompanhando e interceptando nossa jornada e alertando quanto aos riscos iminentes. Contudo, não significa dizer que ele não entenda os atos humanos; mas nos ajuda a refletirmos.
Curiosamente, enfrentamos crises quando iniciamos uma batalha, durante e também depois dela, mesmo que sejamos vencedores; não estamos isentos da retaliação; por isso nossa fé é escudo. Talvez pior que as ameaças da mulher de Acabe buscando vingança, era o sentimento de Elias conjeturando não ter valido à pena ter confrontado, sozinho, os profetas de Baal, ao comprovar que só o Senhor é Deus. Lembramos, porém, conforme posteriormente constatado na declaração divina, haviam sete mil outros fiéis anônimos cujos joelhos também não se dobraram a Ball. Sua fuga caracterizava o medo e a renúncia de permanecer lutando; o que é muito comum, sobretudo, em meio às decepções.
“Que fazes aqui?”, é muito mais que uma interrogação momentânea, mas uma profunda reflexão sobre seu chamado e perseverança. O que fazemos em prol o Reino não pode se resumir em “visitas aos cultos nos templos” ou algumas orações declarando o senhorio de Cristo. “E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não praticais o que vos ensino?” (Lc 6.46). Se Ele nos designou o ide e fazei discípulos, nossa omissão não caracteriza uma insubmissão? Se considerarmos que a igreja é um local de revestimento como na frase do mestre “...ficai em Jerusalém até que sejais revestidos de poder” (Lc 24.49b), poderíamos julgar que, ou o Espírito Santo não tem nos preparado, repetimos de classe todos os anos, ou ficamos indiferente às ordenanças (?)
No decorrer de vinte e dois anos que este ministério tem servido a Deus é quase impossível determinar o número de almas que se renderam ao Senhor, porém, a obra social, através da doação semanal de alimentos, roupas, medicamentos, equipamentos e outros bens gratuitos; são apenas algumas das razões pelas quais estamos aqui. Nos evangelismos diretos e indiretos, encontro de casais, assistências a internos das Casas de Recuperação, cessão do espaço para reforço escolar, atividades educacionais, ações de cidadania, aconselhamento, ensino, investimentos para acessibilidade e maior estrutura para permanência no local; fazem parte do objetivo de servir, conforme determinação de Jesus. Mas engana-se quem pensa que estamos satisfeitos, há ainda muito trabalho a fazer.
Todos estamos engajados em frutificar, afinal, pastor não gera ovelha; ovelha gera ovelha. Em todo o tempo temos sido exortados a clamar, pois a oração é o meio pelo qual as portas se abrem - o Relógio de Oração deve continuar, há muitos projetos em curso. Glorificamos o o Pai das Luzes pelo mover que tem realizado nos jovens da IEC; contudo, precisamos melhorar a frequência na EBD, alcançarmos mais crianças e orientarmos à mesma ação que tiveram os sete mil, cujos joelhos não se dobraram a Baal. E aqui um dos nossos maiores desafios: Compreendendo que Baal simboliza o mundo e toda sua contaminação e heresia, há necessidade urgente de obreiros e servos dispostos a dizerem ao Senhor que sabem o que estão fazendo aqui.
Se ouvíssemos a mesma pergunta que Elias, qual seria nossa resposta? O apóstolo Paulo nos revelou o propósito da igreja: “ Ora, vós sois o Corpo de Cristo, e cada pessoa entre vós, individualmente, é membro desse corpo. (I Cor. 12.27)
Fraternalmente,
Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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