Ig-Evangelho de Cristo

ESPERANÇA

“Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis”. (1Tm4.10)

Como está sua fé? Você está animado(a)? Tem esperança? Crê em melhoras? É de praxe e importante se fazer um planejamento e ter expectativas positivas ao começar um Novo Ano. Como o agricultor que ara e semeia a terra acreditando que haverá a chuva; também trabalhamos esperando o agir de Deus e a recompensa final. É verdade que muitas vezes vem o cansaço físico ou espiritual, além das intempéries e frustrações que contribuem ao enfraquecimento, desgaste e até uma mudança de rota. Todos precisamos de fortalecimento para prosseguir, e Deus sabe exatamente o antídoto e dosagem certa para a cura.

Refletimos, recentemente, sobre retrospectiva e resiliência em várias Reuniões. Podemos aprender que o olhar atrás nem sempre é sinal de derrota; quando o fazemos no intuito de rever erros e valorizar o que já conquistamos. O passar dos anos pode trazer dois sentimentos: o primeiro é que adquirimos maturidade suficiente para não sermos presas fáceis ao adversário ou às tentações carnais aventureiras; tendo o cuidado na valorização da constância. O segundo sentimento caminha no lado oposto, ou seja, o projetar fazer tudo que almeja, “aproveitar” a vida e absorver a ideologia filosófica inconsequente; “a vida é para usufruir o máximo”; sentimento este que afasta o cristão do seu Senhor.

A esperança, bem como a fé, precisa ser alimentada tal qual o nosso corpo, e quando parecer já não existir, temos o conselho do profeta Jeremias: “Ponha a boca no pó, talvez ainda haja esperança” (Lam.3.29). Curiosamente, encontramos a resposta ou certeza da eficiência do método no próprio contexto: “O Senhor não rejeitará ´para sempre; pois ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias” (Lam.3.31,32). Também temos aprendido que Deus não é contra a alegria, afinal, ela está inserida numa das manifestações do fruto do Espírito, conforme registro: “Mas o fruto do Espírito é; amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” (Gl.5.22,23). Obviamente não se trata aqui do gozo proporcionado pelo pecado, mas do prazer da comunhão com Deus.

A esperança por conquistas em prol o Reino, funciona como termômetro de espiritualidade. Lembra do “Buscai em primeiro lugar o reino...”? (Mt.6.33). Acredito que a motivação de adorar verdadeiramente, povoar o céu e saquear o inferno são indícios de que a chama do avivamento e o Espírito Santo está no nosso coração. De forma antagônica, o pensar em próprios objetivos e conquistas pessoais reduzem a esperança; ou pelo menos a celestial, objetivando seu próprio corpo e a vida neste mundo como sendo o mais importante, em detrimento às promessas do Cristo Vivo. Nas palavras do doutrinador há conselho: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1Tm.4.8).

Ouvimos pessoas aposentadas e alguns já com certa estabilidade financeira, que já viram a terceira geração familiar, declararem estarem realizadas na vida. Alguns até usam, equivocadamente, a fala de Paulo no término da sua carreira, quando já sabia da sua iminente condenação; como se reportasse a sua própria vida: “Combati o bom combate, completei a carreira...,” (2Tm.4.7). A carreira do apóstolo estava no fim, mas será que a nossa está? Não há mais nada o que fazer? Perdeu o ânimo?

Não tenho o hábito de indicar filmes para os outros, mas quando lembro de certa parte do memorável e épico “Lista de Schindler” (1993), fico com vergonha do pouco que tenho feito para Deus. Aquele alemão que empregou milhares de pessoas em um lugar que não demandava tantos, somente com o propósito de salvar os judeus dos campos de concentração, câmaras de gás e do terrível genocídio; foi honrado pelos “funcionários” no término da segunda grande guerra mundial. Haja vista que o mesmo, embora de pensamento contrário à sua nação, também era membro do partido nazista, e precisava fugir. No entanto na sua partida, ao receber uma joia como símbolo de gratidão, chora compulsivamente, lembrando de muitos que não pode salvar; pois seus bens serviam como moeda de troca para contratação.

Que o esforço e trabalho mencionado no verso título, jamais se aparte dos nossos corações, porque, de fato, nossa esperança não está nos homens, mas em Deus. Rumo a novas conquistas e serviços para a glória do Nosso Senhor Jesus!

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