BRILHAR É PRECISO
“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5.16)
Alguns bordões, sazonalmente, passam a fazer parte do glossário evangélico, tais como “é só vitória”; “só o sangue”; “fazer a diferença”; e muitos outros. Nada contra, não é pecado. A grande questão é se deste emaranhado de frases alguma é vivenciada, “ser ou não ser, eis a questão”, conforme a filosofia de Shakespeare, normalmente é o nosso dilema. Jesus não deixa meio termo, parafraseando; tem que aparecer.
Não se deve confundir com a passagem de Mateus 6 acerca das esmolas diante dos homens já recebendo galardão. Esta refere-se aos que querem ser louvados diante dos homens, aquela aos que Deus é glorificado por nossas ações. A diferença fundamental é a motivação da obra. Não se pode esconder, ou é luz ou é treva, ambos nunca estão juntos.
A primeira ordem registrada na Bíblia foi: “Haja luz...” (Gên.1.3), e logo a seguir Ele fez separação entre a luz e as trevas. Portanto, a luz dissipa e incomoda as trevas, assim cabe uma reflexão; sendo o discípulo chamado de luz, será que realmente estamos incomodando as trevas ou nos associando a ela?
A luz torna os objetos visíveis, assim reduz o nível de engano por ignorância. A luz também representa a verdade, a palavra de Deus é luz para o meu caminho (Sl. 119.105). O apóstolo João compara o fazer a vontade divina com a luz, afirmando que a comunhão com nossos irmãos é um reflexo desse estado. “Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado” (I Jo. 1.7).
A expressão ser luz é tão forte que dentre os diversos “Eu sou” proferidos por Jesus é o único atributo conferido semelhante aos seus seguidores. Só Ele é o Pão da Vida, Só Ele é o Bom Pastor, a Porta, a Videira, o Caminho, o Alfa e o Ômega..., mas a luz do mundo é compartilhada.
Curiosamente, o escritor disse que João Batista não era a luz, embora sendo o maior dentre os homens nascido (Jo. 1.8 e Mt. 11.11), certamente, apesar de toda a revelação lhe concedida não há registro de ter curado uma dor de cabeça sequer, além de lhe ser omitida toda a profundidade do evangelho.
Alguns interpretam que o ser luz, estar em evidência, corresponda a uma simples mensagem cristã no Facebook, ou andar com uma camisa evangélica, frequentar as marchas, ter funções na igreja, ou até mesmo em falar ser um discípulo. No entanto, numa observação mais cuidadosa, percebemos o Senhor declarar que são as boas obras que caracterizam e evidenciam a intensidade da luz. “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, ...” (I Pe. 2:12). Será que em nossos ambientes de trabalho nos vêm como luz? Brilhamos e glorificamos a Deus quando nos submetemos às autoridades, sejam pais, avós, patrões, superiores, líderes, etc?
Deus nos faz um grande desafio. Não somente ser luz, mas brilhar. A luz fraca as vezes traz irritação, principalmente aos deficientes visuais. Desligamos os aparelhos domésticos com receio de queimar, e durante o dia, é comum associar ausência da luz do sol com prenúncio de chuva, dizemos que o tempo está fechado. Um grande número de discípulos estão fechados e impedindo a penetração da luz. A luz no ambiente também representa vida, renovação, alegria, nitidez e, sobretudo, a verdade. Em algumas épocas muitos saem da luz e se misturam com as trevas, seja na diversão, traje, consumo, audição, atração visual, palavras e outros meios; e neste momento as trevas a dominam.
Se há dificuldade de luz ou não conseguimos enxergar com qualidade, eis o conselho do Senhor: “...Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12)
Fraternalmente,
Pastor Ednilson Sobrinho
Comentários
Postar um comentário