COMO SER UMA PESSOA ABENÇOADA
Todos
almejam um futuro melhor, mesmo as classes mais elevadas nutrem este desejo e, principalmente,
os menos favorecidos. Enquanto os humildes buscam seus espaços na sociedade
para realizarem seus sonhos; os abastecidos querem paz, saúde, grandes
realizações e também o acúmulo de riquezas.
O
início de um novo ano sempre traz consigo uma chama de esperança por dias
melhores, promessas são introduzidas, novas perspectivas, muitas frases feitas
– algumas mecanicamente – quase um protocolo formalístico. Infelizmente, a
mesmice acompanhará multidões. Mas, graças a Deus, que existem os que realmente
querem e lutarão por mudanças. Assim foi a história de nosso personagem bíblico
que desperta em nós a certeza que é possível ser feliz, por mais que as dores e
decepções permearam sua existência, ou que o ano anterior trouxe dissabores,
desistir jamais, acreditar sempre, e incondicionalmente.
Jabez
é um exemplo dentre tantos que superaram barreiras e nos ensinaram o caminho
para ser uma pessoa abençoada. Apenas dois versículos relatam sua trajetória.
Quase um anônimo, do meio do nada é interrompida uma menção de genealogias e,
sem que citassem, literalmente, seus pais, ele surge. Na sua apresentação já é
colocado em nível superior aos seus irmãos, conseguiu ser o mais ilustre da sua
casa.
Pouquíssimo
encontramos a seu respeito, a não ser que pertencia à tribo de Judá e que se
tornou um príncipe na sua família. Os menos famosos, aqueles que desconhecemos
muitos detalhes sobre eles, os desprovidos de grandes registros, leva-nos a
crer ser uma pessoa comum e de não muita relevância na história, porém, não
menos importante para nossa edificação. O que sabemos que fez Jabez? “...invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh!
Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e
me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu
o que havia pedido.” (I Cr 4.10). Como uma simples oração sincera pode
mudar todo o curso de uma vida!
Assim
também pequenas palavras que proferimos podem transformar atitudes de pessoas.
Quantas vezes no ano de 2014 dissemos para alguém que ela é muito importante em
nossa vida? Quantas vezes que a amamos? Quantos “muito obrigado” do fundo do
coração? Quantos “perdoe-me pelo meu erro”? “Sinto muito”, “conte comigo”?
Lembremos que a gentileza gera a gentileza.
No
início do livro de 1 Crônicas são reservados 9 capítulos apresentando
genealogias, um tema pouco atraente, indo de Adão à Davi. O autor chega aos
descendentes de Judá, filho de Jacó, apenas o quarto por ordem decrescente e
para em Jabez que, assim como alguns de nós, teria tudo para dar errado. Seu
próprio nome marca uma tristeza. Devido sua mãe ter sofrido no parto, o
identifica como “aquele que causa dor”, este é o significado de Jabez. Os nomes
hebreus, normalmente, têm um significado. Foi assim com Samuel, resposta de
oração; os filhos de Oséias, simbolismo do pecado; os filhos de Jacó, cada um
retratando um momento; e o próprio nome Jesus, o Emanuel (Deus conosco), e
tantos outros.
Algumas
pessoas assumem uma “maldição hereditária” e buscam quem possa quebrá-la, são
assistidas e ministradas por autoridades, passam por um processo..., mas
ninguém foi chamado para quebrar, ou interceder por Jabez, ele mesmo quebrou
com o auxílio divino. As clínicas e igrejas estão repletas dos que buscam
justificativas para fracassos do passado, traumas e da autoestima baixa. Vão
murmurando e arrumando bengalas para se apoiarem.
Paradoxalmente,
sequer o nome de Jabez é mudado. Abrão ficou Abraão, Saulo tornou-se Paulo,
Simão para Pedro, Jacó - Israel..., e outros tiveram novos nomes em razão de
propósitos. Existe um peso nos registros. No entanto, embora o nome seja muito
importante, ele não é o passaporte para a felicidade ou para o reconhecimento.
Pois existem muitos “Messias” perversos e “Césares” justos. Sua origem pode até
influenciar na jornada, mas ela não pode determinar o seu futuro.
O
maior legado de Jabez é que ele reconhece precisar de Deus, por isso O invoca.
A estabilidade financeira e a tecnologia têm reduzido o número de participantes
nas reuniões de orações. Conquanto o tempo dedicado à oração é diretamente proporcional
à qualidade da nossa fé.
Jabez
faz quatro pedidos a Deus:
1- Que
ele seja abençoado.
Ter muitas atribuições e negócios não significam que alguém é abençoado por
Deus. O sábio diz: “Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe
agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe a fim de dar
àquele que agrada a Deus” (Ecl 2.26). O abençoado tem paz e alegria. Ele é
feliz.
2- Que
alargasse suas fronteiras.
Isto é, que não o deixasse acomodar. As fronteiras são nossos limites, ir além
dos limites é ser um visionário, dar muito fruto, progredir, conquistar e ir
adiante.
3- Que
a mão do Senhor fosse com ele.
Sua mão é a certeza da vitória, mas também o compromisso de justiça e equidade.
Mãos sobre alguém é cumplicidade, estar de acordo com a mesma. Mas também pode
denotar o juízo; como alude o salmo 32.4 “Sua mão pesava sobre mim”.
4- Que
o preservasse do mal de modo que não lhe sobreviesse aflição. Não só livrá-lo, mas torná-lo mais
vigilante. Ser abençoado atrai a inveja alheia, daí, a consciência que virá o
contra-ataque. Também da aparência do mal se deve guardar. Cuidar da própria
vida é mandamento: “Não sejas frequente na casa do teu próximo, para que não
enfade de ti e te aborreça” (Pv25.17). Muitos por falta de discernimento contraem
aflições. Na oração do Pai Nosso, Jesus ensinou aos discípulos, em outras
palavras, mas no mesmo sentido, esta frase de Jabez.
O final é bem objetivo: E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido.
Em quatro palavras, o segredo de Jabez ter sido abençoado:
HUMILDADE,
ORAÇÃO, FÉ e VISÃO.
Fraternalmente, Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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