OCUPADO
“...
Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a
deixasse e fosse ter convosco?” Ne 6.2b
Já
na criação, o Todo Poderoso, em pleno Jardim do Éden, ocupava o homem com
atividades. Diferentemente do que muitos pensam, o ser criado não estava
ocioso, ao contrário, tinha muito trabalho. Três funções lhe foram outorgadas:
Cultivar e guardar o local, e também idealizar um nome para cada animal (Gên.
2.15,19). O servir é fundamental, além de ser uma marca do discípulo atuante.
Coincidentemente,
muitos foram chamados quando exerciam suas diversas atribuições; foi assim com
Gideão quando malhava trigo; Davi cuidando de ovelhas; Eliseu nas juntas de
bois; e praticamente todos os apóstolos. O toque ministerial de Neemias ocorre
no desempenho da função de copeiro do rei, e Deus proveu os meios para sua
dedicação integral na grande obra.
Como
todo bom projeto e atuação no Reino, é comum surgirem as oposições. Naquela
ocasião os inimigos do povo de Deus; Sambalate, Tobias e Gesém eram os mais
famosos dentre outros, e eles tinham informantes acerca do andamento da
edificação do muro, no qual, segundo o relato, não havia mais brechas. A reação
inicial e típica dos perseguidores é a subestimação irônica, com um total
menosprezo aos trabalhadores.
Sambalate,
ou Sambalá em outras versões, era um chefe militar do rei Artexerxes, e
supostamente de origem moabita. Ele gozava de alguns privilégios devido seu
parentesco com o sacerdócio, porém, perdeu regalias com o afastamento do
familiar. Sambalate representa os que nutrem inveja pelas suas realizações e os
que almejam sempre a evidência. Tobias, embora o nome signifique “O Senhor é
bom pra mim”, é um típico arrogante, ao ponto de fixar residência no próprio
templo, contradizendo a Lei. Neemias o retirou, bem como toda sua mobília.
Tobias nos remete os que pensam estarem em comunhão com Deus, com intimidade e
conhecimento, mas na verdade O conhecem muito pouco, são típicos falastrões e
críticos que querem ensinar o que não praticam.
O
Gesém, era líder de um grupo árabe e também exercia alguma influência política
e militar. Historicamente, os árabes sempre foram opositores dos judeus, embora
descendessem do mesmo patriarca, Abraão, mas da linhagem de Ismael, e não de
Isaque, que era o filho da promessa.
Muito
pouco as Escrituras especificam sobre os outros inimigos, que certamente suas
investidas tiveram menos relevâncias. As primeiras tentativas para interromper
a reconstrução das muralhas baseavam-se no psicológico, reduzindo a autoestima
dos operários; e acrescentando ataques ao coletivo, não obtendo sucesso devido
a vigilância dos judeus, tentavam afetar diretamente ao líder, acusando-o e
armando ciladas.
Pior
que por cinco vezes chamarem Neemias, intentando seu mal, foi a convivência com
falsos amigos, que também mancomunavam contra ele. Mesmo findando a obra, não
havia trégua da parte dos opressores.
A
igreja e alguns líderes têm sido atacados e acusados por aqueles que, usados
pelo Diabo, ou conscientemente, querem prejudicar a obra de Deus. A estratégia
maligna é a mesma; tentam se aproximar com um discurso conciliatório, manipulam
opiniões, tráfico de influências, e depois ataques à instituição e depois pessoal.
Jesus
falou que o Pai trabalha até agora, e manda que olhemos os campos que estão
brancos para a ceifa (Jo 4). A ordem do verdadeiro Mestre é “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
toda criatura”. Salvação de almas, discipular no reto caminho, e amar ao
próximo como a si mesmo, devem ser nossa paixão diária. Não percamos nossa
identidade como filhos de Deus.
Todo
líder que ama verdadeiramente a Deus e Sua obra tem prazer em ver os frutos
inerentes do seu trabalho. Nestes últimos dias, tudo que o maligno quer é
distrair os eleitos para perderem o foco. Neemias declarou aos caluniadores que
não teria tempo para ouvi-los, pois não cessaria a obra. O próprio significado
de seu nome é “Deus consola”; entendendo, assim, que existe um escape e no
Senhor encontramos forças para resistir as artimanhas do mau.
Temos
aprendido que servir ao Senhor e ao próximo é um grande privilégio, além de ser
um poderoso antídoto para fortalecimento na fé em Cristo.
Fraternalmente, Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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