SEM ORAÇÃO, SEM VIDA COM DEUS
Recentemente, uma ativa irmã intercessora pediu-me que escrevesse algo sobre a oração. Pela grandeza do tema, precisaríamos de muitas linhas, mas tentaremos resumir.
A oração é imprescindível na nossa vida, sua prática ou ausência caracteriza o nível da comunhão com Deus, bem como as conquistas. Dentre centenas de passagens que tratam da sua necessidade, destacaremos o episódio ocorrido na batalha de Israel contra os amalequitas (Ex. 17), como um grande exemplo de intercessão.
Josué, na sua primeira aparição, peleja contra os inimigos enquanto Moisés, Arão e Hur subiam ao topo do outeiro. Enquanto a mão de Moisés estava levantada, seu povo prevalecia; porém, abaixada, o adversário triunfava. Percebendo a necessidade de auxilio, Arão e Hur sustentavam-lhes as mãos erguidas, proporcionando a vitória do exército Israelita. Embora fosse Moisés o grande intercessor e líder, precisou do apoio dos parceiros para a vitória. Considerando que o próprio Jesus levou consigo três discípulos; Pedro, Tiago e João para orarem com ele no Getsêmane, entendemos o peso da oração.
O apóstolo Paulo distinguia algumas formas de oração. “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;”(1Tim.2:1). Deprecações ou súplicas, compreende o modo mais fervoroso, ou seja, uma intensidade que pode chegar às lágrimas - O clamor do fundo da alma. Comparo ao pedido de uma mãe que vê seu filho sob ameaça de morte à sua frente. É um querer mais profundo, como no Salmo 51, por exemplo.
A segunda expressão é mais formal, compara-se à petição de necessidades do dia a dia; tal como uma saída, um projeto..., semelhante à consciência do Salmo 127 (se o Senhor não edificar a casa...); É Deus participando devido nossas limitações. A terceira menção (intercessão) é típica da história relatada com Moisés e companhia, afinal, “a oração de um justo pode muito em seus efeitos”. “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.”(Mt 18:19). Ainda que não conheciam este versículo, o desempenharam com eficiência.
E por último, as ações de graças, caracterizando a plena gratidão, sem a qual não alcançamos o coração de Deus. O agradecimento e a adoração andam juntos. Jesus nos ensinou principiando a famosa oração do Pai Nosso as palavras “santificado seja o teu nome”. Curiosamente, Paulo orienta Timóteo que a oração é “antes de tudo”; e que façam por todos os homens.
Alguns relatos bíblicos demonstram uma mudança no curso do propósito divino mediante a intercessão. Foi assim na súplica do rei Ezequias após receber o aviso de sua morte pelo profeta Isaías (Is.38.1). Moisés clamando por misericórdia para os rebeldes hebreus no deserto quando o Senhor já os havia reprovado; e ainda condicionando o seu próprio chamado à resposta do perdão: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito" (Êx 32:32).
Embora saibamos a importância da oração para sermos transformados, ela vai muito além disso, como vimos, é também veículo para os designos de Deus nesta terra. O salmista já conclamava a vontade do Senhor revelada: “Orai pela paz de Jerusalém...” (Sl 122.6a).
Jesus utiliza 3 níveis de oração: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”(Mt 7:7). Você pode até pedir uma só vez, mas dificilmente baterá à porta de outrem ou as palmas das mãos somente uma vez. E no terceiro nível está o desejo de Deus para nossa vida: “buscai”. Aquela mulher que perde uma dracma dentro de casa identifica uma busca completa que envolve luz, ação e perseverança. Uma forte relação de sequência e dependência: “Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia (luz), e varre a casa (ação), e busca com diligência até a achar (perseverança)?”(Lc 15:8). Sendo luz, o entendimento; ação a rejeição da inércia e conformismo; e perseverança, obsessão pelo resultado.
Não ignorando a parte que cerne ao Espirito Santo a qual confirma o cuidado do Senhor por nossas limitações. “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".(Rom 8:26). Não se admira que os incrédulos do poder do Espírito nos dias atuais adquirirem pouca experiência com o sobrenatural divino. Finalizando, o desafio é, não só orar, mas como orar.
Três formas de oração que desagradam a Deus, além da incredulidade: Quando inserimos outros mediadores: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens; Jesus Cristo homem" (I Tm 2.4). Quando somos egoístas “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tg 4:3). Quando há soberba: “...qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado." (Lc 18:14)
Três maiores motivos da falta de oração: Incredulidade, indiferença e ignorância da Palavra. Um cristão que não ora está desnutrido e é tudo que o Diabo mais almeja. Orai sem cessar. Pois Deus e o mundo esperam sua oração.
Fraternalmente, Pr. Ednilson Pedro Sobrinho
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