DESCOBERTO OS QUATRO GRUPINHOS DA IGREJA
Quem nunca observou os grupinhos? Quantos conscientes ou inconscientemente já não participaram ou participam de pequenos grupos? Antes das conclusões precipitadas é bom considerar as definições: Pequenos Grupos formados para edificação e consolidação da fé, receptivo e em amor denota espiritualidade. Porém, os pequenos grupos de pessoas que têm em comum discriminar os alheios, depreciarem e tripudiarem excluindo os recém chegados, compreende carnalidade.
Decerto este título despertou a sua curiosidade, se o seu interesse é meramente especulativo e banal, você não precisa ler o restante, mas, como eu acredito, seja o amor a Deus e à Sua palavra, este pequeno escrito abençoará a sua vida.
Graças a alguém da família de Cloé, o apóstolo Paulo descobriu que havia divisões na igreja de Corinto. Fofoca? Não. Comunicaram um problema a quem poderia solucionar; e como solucionaria se não soubesse qual era o problema? É bem diferente daqueles mexeriqueiros que até parecem santos com as expressões do tipo “Olha, não fala que lhe falei! Vou contar só pra você orar”. E aí começam os boatos.
Eis o texto em questão: “Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há divisões entre vós. Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.” (I Co 1.11-12)
Antes de compreender os grupinhos, que já naquela época existiam, e sendo hoje mais evidente, no versículo anterior o apóstolo expressa seu desejo de que a igreja estivesse unida, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Utopia? Talvez. Ainda à frente ao ensinar o simbolismo e conduta na ministração da Santa Ceia, o escritor relata que as divisões impediam da igreja receber louvor de sua parte; e, categoricamente afirma ser um ajuntamento para pior e não para melhor (I Co 11.17).
O primeiro grupinho citado se autodenominava “Eu sou de Paulo”. Reconhecendo que consumiria muitas linhas dizer tudo o que Paulo representava para a igreja, para aqueles separatistas somente algumas características bastavam. Na verdade se baseavam no contraditório a qualquer ordenança do judaísmo. A “simpatia” pelo apóstolo se dava, muito mais, pelo novo ensinamento superior à Lei, que seguir em amor ajudando os fracos, conforme menção em Romanos 14. Total intolerância e prepotência encontram relação com os atuais “intelectuais de plantão”; pessoas que abraçam a nova revelação e não respeitam os que engatinham no processo transitório do entendimento. São os famosos questionadores acadêmicos. Não querem salvar almas, querem polemizar e mostrar conhecimento. Seriam calvinistas ou arminianistas convictos? Oxalá! Sua escolha não afete na essência do cristianismo que é a misericórdia e o amor.
O segundo grupinho carnal se autodefinia “Eu sou de Cefas”. Cefas, ou Pedro em grego, representava o resquício da Lei. Embora o apóstolo não fosse contrário à graça, ainda oscilava na interpretação, motivo pelo qual precisou ser convencido através de uma visão para que evangelizasse o gentio Cornélio. No entanto, alguns coríntios eram radicais, avessos a qualquer mudança, não consideravam nada que viesse de outro mestre, principalmente de alguém com dupla nacionalidade e ex-perseguidor da igreja, como Paulo. Como aceitar uma revelação tão diferente do judaísmo ortodoxo? Como aceitar comparar a Lei a Agar, uma escrava? Este é o grupo dos mais radicais, daquele tipo “olho por olho dente por dente”; “escreveu não leu o pau comeu”; “sou crente, mas não sou bôbo”; “Jesus não aboliu a Lei”..., e outras frases mais. Infelizmente alguns se tornam rudes e irreconciliáveis.
O terceiro grupinho problemático se autonomeava “Eu sou de Apolo”, e este teria uma característica bem peculiar. Enquanto os outros defendiam teses, este dava mais ênfase à personalidade. Apolo não andou com Cristo, não teve o acompanhamento de um mestre, não era um teólogo – ainda que poderoso nas Escrituras – contudo, um pregador corajoso e eloqüente, de grande potencial, mas carecendo de mais conhecimentos; haja vista que no início de seu aparecimento relata que só conhecia o batismo de João (At 18.25). Priscila e Áquila, discípulos de Paulo, se encarregavam de prepará-lo mais pontualmente no caminho de Deus. Seriam seus “simpatizantes” aqueles que, mesmo despreparadamente, fazem a obra? Alguma semelhança com algumas instituições emergentes pode ser coincidência. Podemos dizer que estes, de fato, fazem barulho; mostram a cara; são mais animados... No entanto, justiça seja feita, em momento algum Apolo procurou honra ou liderança na igreja de Corinto, apenas alguns por vontade própria se identificavam com ele.
O quarto e o mais polêmico de todos os grupos, mesmo tendo um belo nome – “Eu sou de Cristo” – consistiam uma praga, não só para aquela época, mas para os dias atuais. Os menos atentos podem pensar se tratar de um perfeito grupo, afinal, esta expressão caiu nas graças do povo evangélico, lembram do “Ah! Eu sou de Cristo”? Porém, o apóstolo repreendeu: “Está Cristo dividido”? Se o ser de Cristo é certo, por que a exortação por não agradarem a Deus? É simples, estes eram os acima da lei. Não queriam regras, não precisavam de mais conhecimentos, não se submetiam a lideranças, sentiam-se os verdadeiros porta-vozes de Jesus, os íntimos e preparados. Podiam criticar tudo e todos, “estavam com Cristo”. Os seguidores deste grupo gostam de ser chamados mestres ou meu líder. São “os cara”. Verdadeiros narcisistas de plantão – adoram a sua própria imagem; não precisam ser ministrados, eles são quem ministram. Rebelam-se contra ordenanças, desagregam, alguns têm até aparência de espirituais, se dizem profetas, mas são arrogantes e de difícil trato. Não consideram a declaração paulina; “Não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim aquele a quem o Senhor louva”. (II Co 10.18).
Algumas separações pontuais são benéficas, como quando houve perseguição e a igreja espalhou-se pelo mundo a fora. Porém, não perderam a referência, nem humildade. “Ninguém busque proveito próprio; antes, cada um, o que é de outrem” (I Co 10.24). É assustador lembrar as palavras do sábio Salomão: “Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e irmãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre irmãos” (Pv6. 16-19). Pra finalizar, outra reflexão do apóstolo Paulo: “Mas, se alguém quiser ser contencioso nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (I Co 11.16). Estamos no Reino para somar ou dividir?
Fraternalmente, Pr. Ednilson Sobrinho
Decerto este título despertou a sua curiosidade, se o seu interesse é meramente especulativo e banal, você não precisa ler o restante, mas, como eu acredito, seja o amor a Deus e à Sua palavra, este pequeno escrito abençoará a sua vida.
Graças a alguém da família de Cloé, o apóstolo Paulo descobriu que havia divisões na igreja de Corinto. Fofoca? Não. Comunicaram um problema a quem poderia solucionar; e como solucionaria se não soubesse qual era o problema? É bem diferente daqueles mexeriqueiros que até parecem santos com as expressões do tipo “Olha, não fala que lhe falei! Vou contar só pra você orar”. E aí começam os boatos.
Eis o texto em questão: “Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há divisões entre vós. Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.” (I Co 1.11-12)
Antes de compreender os grupinhos, que já naquela época existiam, e sendo hoje mais evidente, no versículo anterior o apóstolo expressa seu desejo de que a igreja estivesse unida, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Utopia? Talvez. Ainda à frente ao ensinar o simbolismo e conduta na ministração da Santa Ceia, o escritor relata que as divisões impediam da igreja receber louvor de sua parte; e, categoricamente afirma ser um ajuntamento para pior e não para melhor (I Co 11.17).
O primeiro grupinho citado se autodenominava “Eu sou de Paulo”. Reconhecendo que consumiria muitas linhas dizer tudo o que Paulo representava para a igreja, para aqueles separatistas somente algumas características bastavam. Na verdade se baseavam no contraditório a qualquer ordenança do judaísmo. A “simpatia” pelo apóstolo se dava, muito mais, pelo novo ensinamento superior à Lei, que seguir em amor ajudando os fracos, conforme menção em Romanos 14. Total intolerância e prepotência encontram relação com os atuais “intelectuais de plantão”; pessoas que abraçam a nova revelação e não respeitam os que engatinham no processo transitório do entendimento. São os famosos questionadores acadêmicos. Não querem salvar almas, querem polemizar e mostrar conhecimento. Seriam calvinistas ou arminianistas convictos? Oxalá! Sua escolha não afete na essência do cristianismo que é a misericórdia e o amor.
O segundo grupinho carnal se autodefinia “Eu sou de Cefas”. Cefas, ou Pedro em grego, representava o resquício da Lei. Embora o apóstolo não fosse contrário à graça, ainda oscilava na interpretação, motivo pelo qual precisou ser convencido através de uma visão para que evangelizasse o gentio Cornélio. No entanto, alguns coríntios eram radicais, avessos a qualquer mudança, não consideravam nada que viesse de outro mestre, principalmente de alguém com dupla nacionalidade e ex-perseguidor da igreja, como Paulo. Como aceitar uma revelação tão diferente do judaísmo ortodoxo? Como aceitar comparar a Lei a Agar, uma escrava? Este é o grupo dos mais radicais, daquele tipo “olho por olho dente por dente”; “escreveu não leu o pau comeu”; “sou crente, mas não sou bôbo”; “Jesus não aboliu a Lei”..., e outras frases mais. Infelizmente alguns se tornam rudes e irreconciliáveis.
O terceiro grupinho problemático se autonomeava “Eu sou de Apolo”, e este teria uma característica bem peculiar. Enquanto os outros defendiam teses, este dava mais ênfase à personalidade. Apolo não andou com Cristo, não teve o acompanhamento de um mestre, não era um teólogo – ainda que poderoso nas Escrituras – contudo, um pregador corajoso e eloqüente, de grande potencial, mas carecendo de mais conhecimentos; haja vista que no início de seu aparecimento relata que só conhecia o batismo de João (At 18.25). Priscila e Áquila, discípulos de Paulo, se encarregavam de prepará-lo mais pontualmente no caminho de Deus. Seriam seus “simpatizantes” aqueles que, mesmo despreparadamente, fazem a obra? Alguma semelhança com algumas instituições emergentes pode ser coincidência. Podemos dizer que estes, de fato, fazem barulho; mostram a cara; são mais animados... No entanto, justiça seja feita, em momento algum Apolo procurou honra ou liderança na igreja de Corinto, apenas alguns por vontade própria se identificavam com ele.
O quarto e o mais polêmico de todos os grupos, mesmo tendo um belo nome – “Eu sou de Cristo” – consistiam uma praga, não só para aquela época, mas para os dias atuais. Os menos atentos podem pensar se tratar de um perfeito grupo, afinal, esta expressão caiu nas graças do povo evangélico, lembram do “Ah! Eu sou de Cristo”? Porém, o apóstolo repreendeu: “Está Cristo dividido”? Se o ser de Cristo é certo, por que a exortação por não agradarem a Deus? É simples, estes eram os acima da lei. Não queriam regras, não precisavam de mais conhecimentos, não se submetiam a lideranças, sentiam-se os verdadeiros porta-vozes de Jesus, os íntimos e preparados. Podiam criticar tudo e todos, “estavam com Cristo”. Os seguidores deste grupo gostam de ser chamados mestres ou meu líder. São “os cara”. Verdadeiros narcisistas de plantão – adoram a sua própria imagem; não precisam ser ministrados, eles são quem ministram. Rebelam-se contra ordenanças, desagregam, alguns têm até aparência de espirituais, se dizem profetas, mas são arrogantes e de difícil trato. Não consideram a declaração paulina; “Não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim aquele a quem o Senhor louva”. (II Co 10.18).
Algumas separações pontuais são benéficas, como quando houve perseguição e a igreja espalhou-se pelo mundo a fora. Porém, não perderam a referência, nem humildade. “Ninguém busque proveito próprio; antes, cada um, o que é de outrem” (I Co 10.24). É assustador lembrar as palavras do sábio Salomão: “Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e irmãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre irmãos” (Pv6. 16-19). Pra finalizar, outra reflexão do apóstolo Paulo: “Mas, se alguém quiser ser contencioso nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (I Co 11.16). Estamos no Reino para somar ou dividir?
Fraternalmente, Pr. Ednilson Sobrinho
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