ASSUMINDO A FÉ EM CRISTO
Você tem
assumido ser e agir como um cristão em todas as circunstâncias? A prática da
nossa fé depende das companhias do momento? Quando estamos sozinhos é mais
fácil ou mais difícil agir como um verdadeiro discípulo de Cristo? Citaremos
três personagens bíblicos que evidenciaram o conflito de assumir a sua crença.
O mais
famoso foi Pedro. Qualquer criança que já ouviu sobre a vida de Jesus lembra
que Pedro o negou. Mas quais foram as circunstâncias da sua infidelidade?
Podemos pontuar algumas: Frustração – o estar decepcionado por seu líder não
atender completamente as suas expectativas como Deus que era. Também o medo,
que é o principal motivo de tantas negações. Na verdade, ele temia que fosse preso
e morresse. Outro fator importante observado, o seu esfriamento espiritual.
Havia, recentemente, tentado matar um soldado romano à espada; sim, matar! Ou
você pensou que a pontaria do apóstolo era tão boa que só queria acertar a
orelha do soldado? Não estamos tratando aqui dos pormenores que antecederam a
agressão, que determinava que o discípulo negaria seu mestre, mas os fatores
humanos da oportunidade. “Então, Pedro,
saindo dali, chorou amargamente” (Lc 22.62).
Outro
personagem, também mencionado nos quatros evangelhos, foi o rico José de
Arimatéia. Embora também conhecido como discípulo, que esperava o reino de Deus
e um homem bom e justo (Mt 27,57; Mc 16.43; Lc 23.50), é lembrado no último dos
evangelhos como um que tinha receio dos judeus, por isso “servia” ocultamente
(Jo 19.38). As razões pelas quais José de Arimatéia não assumia a sua fé são
bem explicitadas nas Escrituras. Sua posição como um “ilustre membro do
Sinédrio” (Mc 15.43) era um dos obstáculos. O Sinédrio era o mais alto tribunal
religioso dos judeus, composto pelos sumos sacerdotes, anciões e professores da
Lei. Tinha 71 membros, incluindo o presidente. O segundo motivo foi o medo que
tinha dos compatriotas. “Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de
Jesus ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, ...” (Jo. 38a).
Não
desagradar a maioria tem sido o motivo de muitas pessoas se omitirem para não
manifestar a fé em Cristo. É comum nas universidades uma conduta tolerante com
a promiscuidade e o pecado em geral, tudo em nome do bom relacionamento com os
colegas. Afinal, ninguém quer ficar marcado como o do contra ou santarrão! O mesmo acontece no ensino médio, cursinhos
diversos, trabalhos e amigos. O que dizer daqueles que que até usam drogas ou
se marcam para serem aceitos numa determinada comunidade? “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê, ...” (Rm 1.16a).
Motivos
semelhantes a José de Arimatéia tinha também Nicodemos, conquanto ainda não
fosse discípulo. Só fora citado na Bíblia em três atos e todos somente no
Evangelho de João. No primeiro, sua mais famosa aparição, estava procurando o
Senhor já à noite, e no diálogo com Jesus, lhe declara a sua fé Nele, talvez
pensando receber algum louvor pela sua confissão. Inesperadamente, recebe a
afirmativa que precisava ter um novo nascimento. Como se não bastasse, ainda a
necessidade de ser guiado por Deus. “O
vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde
vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.6). Nesta
passagem não encontramos que Nicodemos, agora, assumiria a sua fé publicamente.
No relato
do retorno dos guardas aos principais sacerdotes e fariseus sem trazerem Jesus
prisioneiro (Jo. 7.45), ainda ensaia uma defesa ao Mestre; porém não testemunha
sua crença no Filho de Deus. Como abrir mão de toda honra que recebia em Israel?
E por derradeiro, após a crucificação, unido com José de Arimatéia, seu colega
do Sinédrio, vão honrar o corpo de Cristo tirado do madeiro. “Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o
envolveram em lençóis com os aromas, ...” (Jo 19.40a). Assim tem ocorrido
na humanidade, muitos esperam a morte para assumirem a fé publicamente; de nada
mais adiantará. Jesus disse que aquele que o confessasse diante dos homens,
este seria confessado por Ele diante do Pai.
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