ESPERANDO MAIS
Há uma
presunção equivocada de que após um período de intimidade com Deus nos
sobreviria, de imediato, grandes satisfações; porém, ignoramos que aquele pode
ter sido um gás à mais para aprimorar a nossa resistência. Avaliar o que temos realizado
ao longo da caminhada é importante, não só para se alegrar com os frutos, mas,
sobretudo, considerar os nossos insucessos como parte do processo do
crescimento.
Como
proceder quando não atendemos às expectativas dos outros, ou até quando os
outros não atendem às nossas? O episódio da cura do jovem possesso (Mt
17.14-21; Lc 9. 37-43 e Mc 9.14-29), fato posterior à transfiguração, é repleto
de ensinamentos acerca da crise nas decepções, e sucedeu quando Jesus desceu do
monte acompanhado de Pedro, Tiago e João, daquele encontro inesquecível,
glorioso, transbordante de simbolismo e que, certamente, trouxe grande
edificação e fortalecimento. Entretanto,
os nove discípulos que ficaram aguardando o retorno do mestre não tiveram a
mesma sorte, estavam em discussão com os escribas, cercados pela multidão e
acusados de fracassados pelo pai cujo filho precisava de libertação.
Ao analisar
a frase proferida pelo Senhor aos presentes, ficou evidente que ele esperava
bem mais: “... Ó geração incrédula, até
quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo” (Mc 9.19). Na
filosofia popular se diz que a expectativa é a mãe da decepção; de fato, só há
decepção quando se cria certa expectativa. Por mais dolorosa que seja a
realidade, constatamos que os nove homens andavam com o Messias e representavam
a Sua igreja, ainda que iniciando; assim, entendeu o próprio pai ao rogar que
os mesmos expelissem o mal que estava sobre o menino.
O mesmo
sentimento tem ocorrido no mundo com relação à igreja atual. Se tem esperado
algo mais do que temos apresentado. Embora vivamos um tempo em que muitas
ferramentas e estratégias têm sido implementadas pelo povo de Deus, a inércia e
indiferença têm sido manifestas no cotidiano. Sem mencionar a falta de
compromisso com todo o corpo de Cristo, escolhendo “atuarem” em áreas que não
sejam constrangidos ou confrontados. É completamente inquestionável o
investimento do Criador para que a criatura o represente. Seu chamado tem se
ecoado nos corações dos adoradores, estes cercados pela multidão incrédula e
hostil à espera de que os discípulos se assemelhem ao seu Mestre.
“Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel
andasse nos meus caminhos? Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo e deitaria mão
contra os seus adversários” (Sl 81.13,14). Ninguém gosta de passar por
decepção, visto que na própria origem da palavra que deriva do latim “deceptio”
significa dolo, engano, empulhação. Embora nos lembremos os momentos que nos
decepcionamos com alguém, devemos lembrar que também já decepcionamos alguma
pessoa e, principalmente, ao Senhor.
Listamos algumas causas de fracasso:
Ø Primeiramente
a falta de fé, “ o tudo é possível ao que crê “ tem se limitado às questões
teológicas sem a prática diária.
Ø Omissão: O
que é um fator preponderante e vergonhoso na esfera cristã. Alguns delegam
tanto que já não sabem qual a sua função; outros, simplesmente, fogem de suas
responsabilidades e da principal característica de um verdadeiro cristão,
servir.
Ø Prática do
jejum: Muitos são convencidos que o ato ficou no Velho Testamento. Ignoram que
o próprio Jesus declarou que sendo o noivo tirado haveria a necessidade de os
discípulos jejuarem.
Ø Leitura e
meditação na Palavra: Talvez esteja aqui o maior desafio desta geração, pois
devido a correria diária, é comum a falta de intimidade com a Escritura Sagrada
com a justificativa da falta de tempo. Estamos lendo bem menos.
Ø Total
submissão aos seus líderes e amor às vidas.
Oxalá! Toda a igreja que aguarda a
vinda do Senhor seja motivo de orgulho e não de decepção.
Comentários
Postar um comentário