“Mas aqueles que esperam no Senhor
renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não se fatigam, caminham e
não se cansam. ” Isa 40.31 BKJA
Quem
nunca se sentiu impotente, sem forças ou mesmo desnorteado?
Certamente
algumas fases da vida reservam experiências com as quais jamais gostaríamos de
passar. A palavra “resistência” se origina no latim resistentia, resitere,
“ficar firme, aguentar”, também o “re” denota “para trás, contra”, mais
“sistere”, ficar firme, manter a posição. Observe que nem sempre o “para trás”
significa fraqueza ou derrota; mas por vezes uma estratégia de guerra. Aliás,
esta tática sempre foi muito utilizada por diversos comandantes, generais e
reis, quando o inimigo pensa que seu recuo é fragilidade, ele avança, porém, é
atraído para seu reduto e ali é surpreendido.
Nossas
batalhas do dia a dia não são diferentes. Em tempos de quarentena podemos
comparar como fortalecimento em nossos redutos, na consolidação dos laços
familiares e na valorização da congregação eclesiástica. Assim como nossa
liberdade de cultuar nos templos é interrompida, a retaliação consiste em
verdadeiros combates ou resistências através da súplica e oração como
demonstração de inconformidade e fé. “Em
tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos. ” (2
Cor.4:8,9).
É
notória a permissão ou ação de Deus com o propósito de guiar seus filhos por
trajetórias improváveis a fim de que sejam tratados e moldados compreendendo
suas limitações. Foi assim no início da caminhada no deserto após a escravidão
no Egito. Embora testemunharam grandes maravilhas, ainda estavam inconstantes e
vulneráveis a sentimentos de derrota: “
Tendo faraó deixado ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos
filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não
se arrependa vendo a guerra, e torne ao Egito. ” (Ex. 13.17).
A
igreja primitiva sofreu muitas perseguições e o que parecia ser perda ou
insucesso, na verdade, proporcionou a manifestação da palavra de Deus trazendo
salvação àqueles que, em tempos de paz, não seriam contemplados com o
conhecimento das riquezas do reino da Luz. Sendo os discípulos dispersos para
regiões da Judéia e Samaria devido a opressão e perseguição em Jerusalém,
iniciava assim o cumprimento da ordem de Jesus de “...Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. ”
(Mc 16.15). Mas ainda não foi o suficiente para que entendessem a misericórdia
de Deus para com todos os povos, precisou que o próprio gentio (Cornélio)
chamasse os embaixadores do reino para que fossem evangelizados, ele e sua
casa. Fato ocorrido em Cesaréia sob a ministração de Pedro, após
grande
conflito interno de questionamento religioso. Precisavam voar mais alto, como
as águias, para quebrarem paradigmas de conceitos passados.
Quebrar
tradições sempre é um grande desafio, sobretudo a uma cultura desenvolvida há anos.
No entanto, aqueles meios ou caminhos, como o rompimento do legalismo e perseguições,
corroboraram para que os planos divinos fossem consumados. Semelhantemente, o atual
momento que vivenciamos não pode ser compreendido como retrocesso; afinal,
nunca vimos tantas pregações expostas nas redes sociais! Aprendemos a utilizar
a tecnologia em favor do cristianismo.
Embora
ainda haja um sentimento de tristeza e saudade no coração dos fiéis, devido às restrições
impostas pelos órgãos governamentais, a chama continua ardendo em nossos corações,
porque, de fato, os que esperam no Senhor as suas forças são renovadas. No versículo
tema, os verbos voar, correr e caminhar traduz ações de resistência em
diferentes escalas. Voar como águia nos dá uma visão panorâmica e um certo
distanciamento de confrontos terrestres. Correr lembra alguém que tem pressa e
potência; fatigar, além de cansar, refere-se a monotonia e aborrecimento, por
isto a certeza de ser renovado. Por último, caminhar, parece um estágio de
sofrimento, entretanto, a ideia é continuidade, não parar e jamais desistir.
Um
poema inspirado pelo Espírito Santo nos dá a certeza de que não estamos sós:
Ás vezes eu me sinto
abatido / Às vezes penso que vou perecer
Às vezes vejo espessa a
neblina e tudo se parece contra mim
As bênçãos como que se
soterraram / Lembranças são acusações sem fim
E tudo se parece estar
perdido / E que a solução se tarda a vir
Mas sinto que acima desta
nuvem de horror há um Deus que me contempla
Mas sinto que acima desta
nuvem do mal há um Deus que me contempla
Às vezes olho atrás não
lembro nada das muitas coisas que Cristo me fez
Às vezes o que quero eu
não faço, porém o que não quero sei fazer
Às vezes o meu fardo está
pesado não sei se devo ou como desfazer
Às vezes há perguntas sem
respostas e que nem tudo me convém saber
Mas sinto que acima desta
nuvem de horror há um Deus que me contempla
Mas sinto que acima desta
nuvem do mal há um Deus que me contempla
Às vezes minhas falhas vêm
à tona e julgo não mereço prosseguir
Às vezes muitas coisas vêm
à mente, mas ele eu sei que vê meu coração
Às vezes muita luta no
espírito e vejo a aflição do povo santo
E lembro que Jesus uma vez
disse não vim a trazer paz, mas dissensão
Mas sinto que acima desta
nuvem de horror há um Deus que me contempla
Mas sinto que acima desta
nuvem do mal há um Deus que me contempla
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