CASA DIVIDIDA CASA SEM VIDA


Na inesgotável fonte de sabedoria e conhecimento do Cristo Jesus, as mais complexas situações manavam grandes ensinamentos para nossa vida! O desafio da unidade, diferentemente da unanimidade, é a tônica de todo bom relacionamento, sobretudo no familiar. Não debaldemente, em todas as esferas da sociedade numa consciência da importância do coletivo para fortalecimento, as visões distintas podem impedir a subsistência do grupo ou entidade.

Acusado pelos fariseus de expulsar demônios em nome do maioral dos demônios, o Senhor Jesus utilizou de um princípio básico de comprometimento como prova de que os espíritos malignos não estão divididos: “
Todo reino dividido contra si mesmo é devastado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (22.25b). Logo, não combatem uns aos outros. Portanto, somente pelo Espírito de Deus haveria resistência contra o mal.

O pivô da controvérsia fora um homem cego, mudo e também possesso que, trazido à presença do Messias, recebeu a libertação e a cura. O notável milagre rendeu a admiração de muitos e o questionamento de outros. Para o povo carente, o respeito; para os religiosos incrédulos, a reprovação. O que pode representar indícios de algo positivo, para muitos, cuja visão é sempre negativa, jamais aceitarão ou compreenderão o que foge de seus conceitos, ou pré-conceitos, pelo simples fato de discordarem.

Em algumas famílias, comumente, deparamos com um quadro de fracasso como resultado da desunião estabelecida. Casais cuja regra da “uma só carne” encerra na página dois, cada um vivendo para si com seus próprios interesses; redes sociais privadas e ocultas, amigos confidenciais, projetos individuais, finanças encobertas e uma aproximação esporádica e conveniente para suprir alguma necessidade.
Detectamos alguns inimigos da unidade:

Anarquia – Ausência de um governo, ou o não reconhecimento. Típico dos que não querem se submeter às autoridades, viverem sem regras.
Espírito da acusação – É evidente quando ninguém quer assumir seus erros e buscam um bode expiatório. É mais fácil apontar o dedo a outrem querendo se eximir da culpa, que também reconhecer suas próprias responsabilidades.
Egoísmo – Este é o delito mais acobertado, é o irmão gêmeo do narcisismo. Se demonstram responsáveis desde que “cada um na sua”. Os interesses pessoais são sempre mais importantes que os do coletivo.

Insensibilidade – É um misto de indiferença com descrença. Sua principal característica é a ausência do Reino de Deus e seus princípios na vida. O distanciamento do cristianismo gera a aproximação com o pecado. O relativismo adquire um grande espaço no coração e nas ações destes.
Traçando um paralelo com os problemas do homem conduzido a Jesus, encontramos uma relação com os inimigos apresentados acima. Haja vista que todas as pessoas possessas não têm controle e se rebelam, assemelha-se ao anarquista. A cegueira impede de olharmos para os outros e também para si próprio, daí, sem um critério de bom senso partimos para as acusações. O espírito mudo é bem representado por aqueles de difícil comunicação – autênticos egoístas. E por último, o compreender que a solução só aparece quando o Senhor se manifesta e as mudanças acontecem – sensibilidade para andar com Deus verdadeiramente.

A família é comparada a uma plantação. Quando a colheita não é boa pode ser por quatro motivos: 1- o fator climático, o tempo influencia diretamente - não há o que fazer, é imprevisível. 2- A presença de pragas (pecado) deve ser combatida (se sujeitando a Deus). 3- Por vezes a qualidade da semente e a forma de armazenamento inapropriada (para mudar o resultado é preciso também mudar as sementes, a forma de ser). 4- E finalmente, o modo de cultivo, empreender mais trabalho, conhecimento e até buscar auxílio   

Na continuidade do texto bíblico, sendo informado os presentes que, de fato, uma casa dividida não pode subsistir, é ensinado que pode existir um valente dominando aquele lar e para expulsá-lo só tem uma condição; um outro valente, o Rei da Glória, governar a casa. Não tem meio termo: “Quem não é comigo, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha” (Mt12.30).


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