AS ETAPAS DA CONQUISTA
“...: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fil.3.12b e 13)Seria injusto dizer que todos têm a mesma sorte e a capacidade de obter tudo o que desejam. No entanto, mesmo aqueles privilegiados, precisam cumprir algumas etapas para as realizações. O mais curioso é que nem sempre as fórmulas que funcionaram ou funcionam para alguns, necessariamente, tende a funcionar para todos; isto devido ao chamado na área específica proposta pelo próprio Deus.
Escrevendo aos filipenses uma carta de caráter bem pessoal, comparando com as demais, o apóstolo, supostamente preso, expressa o mais profundo sentimento de gratidão e identifica as virtudes bem como a necessidade de desenvolverem a salvação (2.12). Ele relata aqui a busca por um prêmio da soberana vocação, isto após considerar que ainda não havia alcançado. Nesse processo fica evidente três verbos: esquecer, avançar e prosseguir. Tendo em vista o alvo, determinou a sua estratégia.
É sempre mais difícil começar uma trajetória carregando muito peso. O mesmo escritor já havia mencionado aos coríntios que “as coisas velhas já haviam passado e que tudo se fizera novo” (2Co 5.17); naquele contexto o objetivo era desvincular um completamente de uma vida pecaminosa de outros tempos, porém, existem sentimentos e envolvimentos cujas lembranças não acrescentam no presente e impedem uma plena dedicação à nova vida.
Muitas vezes o passado nos condena, nos persegue, traz saudades para alguns e até orgulho, quando a carne está vencendo o espírito. Muitos tiveram e ainda têm dificuldades em esquecer o que passou, o próprio Paulo precisou de tempo para “provar” aos seguidores de Cristo que havia mudado. Zaqueu, que repararia suas injustiças das cobranças indevidas. Pedro, cumprindo a ordem de Jesus que “apascentasse minhas ovelhas” na igreja primitiva. Davi, que suportasse a consequência do seu pecado com o óbito de seu filho e prosseguisse seu reinado. José, então governador, que não se vingasse dos seus irmãos pelos males sofridos. Por vezes a associação é inevitável. Jesus foi à casa de certo Simão, o leproso, identificado por Mateus (26.6) que certamente já não portava aquele mal; e ainda Maria Madalena, mesmo sendo discípula fiel e honrada por ter sido a primeira pessoa a ver o Senhor ressuscitado, é lembrada por Marcos como a ex-endemoninhada (16.9).
Aprendemos que mais importante que a forma que somos tratados é como, verdadeiramente e humildemente, nos vemos. Quando fixamos nossa meta somos alimentados a cumprir, independente das circunstâncias. É como as mãos dos atletas olímpicos das modalidades nas barras, ou ter conhecimento das dores constantes que sentem no corpo. Pais trabalhadores nas lavouras ou mães cuja mãos, em qualquer tempo, precisou se sacrificar em árduo trabalho para conseguirem formar um filho. Aquilo que ansiamos e valorizamos, de fato, será a explicação por nossos esforços. Pensando na expressão ‘avançar”, compreendemos o sempre ir para a frente, fazer progredir, adiantar movendo-se. Observe que a ociosidade se contrapõe às definições citadas, bem como a acomodação.
Difícil
entender a concepção de evangelho de alguns indiferentes à suas formas de vida
infrutíferas. Por que muitos avançam e param? Simples, porque deixam de olhar
para o alvo. Estamos tão distraídos e como dizem os poetas das esquinas
“empurrando com a barriga”, que perdemos a fé e não percebemos. Se cremos e
vislumbramos um alvo, se faz necessário o cumprimento da carreira até
alcançarmos. “...Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vedes os campos,
pois já branquearam para a ceifa” (jo 4.35b)
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