PARA FORTALECIMENTO DA IGREJA
Em se tratando de fortalecimento do povo de Deus, a época na qual evidenciou a maior necessidade, sem dúvida que foi no período da igreja primitiva; por motivos óbvios: primeiramente por ser algo novo, segundo pela oposição devido ser um rompimento do legalismo e, principalmente, pela “ameaça” ao sistema religioso corrompido da época. Há quem defenda a tese que a manifestação dos milagres foi uma estratégia sazonal pela urgência de uma afirmação e mais credibilidade, e que, atualmente, inexistem tais manifestações sobrenaturais.
Argumento este refutado pelas próprias declarações de Jesus: “E estes sinais seguirão aos que crerem...” (Mc 16.17a); “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; o que busca encontra; e ao que bate, se abre” (Mt 7.7,8). Até porque; “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje, e será eternamente” (Hb 13.8).
A resistência e fortalecimento da igreja, passa por vários atos, alguns humanos e outros estritamente divinos. Os milagres, normalmente, edificam a fé; porém não é a causa única da perseverança nem garantia da mesma, basta lembrar da cura dos dez leprosos. Tendo em vista que o relacionamento com Deus se dá a partir da gratidão, somente um dos curados compreendeu. Existem inúmeros exemplos de ações sobrenaturais divina que, não necessariamente, proporcionaram mais espiritualidade aos agraciados. Os próprios discípulos de Cristo após o verem ressurreto, temerem: “E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito” (Lc 24.37).
A igreja primitiva enfrentava uma forte oposição que quase impediu o seu progresso, não fossem tomadas medidas urgentes, este glorioso evangelho transformador não teria chegado a nós. O enfrentamento, no sentido de se expor, se fazia necessário para a permanência do propósito do “ide”. É notório que, em qualquer tempo, certos posicionamentos influenciam o seu objetivo final.
No cenáculo que estavam reunidos os fiéis, após a ascensão de Jesus, testemunharam o revestimento recebido dos céus para prosseguirem a jornada; fato este que sucedeu outro acontecimento escrito por Lucas: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1.14) – um grande exemplo que foi seguido por todo o curso da trajetória da igreja. Entre vários sinais, número de conversões aos milhares, auxílio aos necessitados e total liberalidade de bens, não poderiam abrir mão da comunhão com concordância e perseverança.
Proibidos de evangelizarem após a cura do coxo à porta do templo, discurso no alpendre e de quase cinco mil abraçarem a fé, precisavam traçar novos rumos sob a direção do Espírito Santo. E nesta reunião nos é revelada na oração dos apóstolos alguns pilares imprescindíveis para sucesso na caminhada eclesiástica e, por que não dizer, da própria sobrevivência em meio às aflições.
Em Atos 4.24 encontramos que “unânimes levantaram a voz”. Reafirmando a unidade como elemento primordial, afinal, a casa dividida não pode subsistir. Alguns ainda não perceberam que a estratégia do adversário é nos dividir, porque daí surge o enfraquecimento. Não cogitamos aglomerações em revelia às autoridades, mas, como tudo na vida, buscar um meio termo com prudência, para evitarmos o isolamento total e discordância de ideais. Também no verso 28 do mesmo capítulo extraímos a consciência do governo divino, o que entendemos como fé; ou seja, Deus ainda está no controle.
As características subsequentes com igual relevância são ousadia e cooperação ou parceria, nos versos 29 e 30. Observamos que enquanto é suplicado que o olhar do Senhor se volte para as ameaças sofridas, é desejada a graça para não parar, sobretudo de pregar a palavra. Lembrando que nos foi prometido que a “as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja” (Mt16.18 partes). O entendimento dessa parceria é fundamental para vencermos as adversidades. Embora considerando a atuação sábia, prudente e corajosa do servo de Deus, não podemos ignorar a fala do Mestre, “... porque sem mim, nada podereis fazer” (Jo 15.5b).
Comentários
Postar um comentário