AS QUATRO REGRAS DE OURO PAULINAS

Para quaisquer áreas e modalidades na vida existem regras e sem regras há descontrole, desordem e compromete o resultado esperado. Tendo adquirido uma vasta experiência na fé, Paulo, agora em final de carreira, precisava pontuar ao discípulo Timóteo alguns preceitos para que o mesmo prosseguisse no ministério. Nessa segunda carta é exposta a sua condição limitada; preso e abandonado; mas ainda assim encontra forças para encorajar seu filho espiritual, cuja mãe era judia e seu pai grego, a combater estrategicamente na lida.

    Não é de propósito encerrarmos aqui todo o ensinamento transmitido ao jovem Timóteo, até porque foram incontáveis; entretanto, nos é permitido observar no segundo capítulo da segunda carta um conjunto de regras ou conselhos para fortalecimento na caminhada cristã. A relação de uma vida dirigida pelo Espírito Santo passa por determinadas disciplinas fundamentais, por isto mencionaremos quatro dentre outras também importantes.

    1- Se fortificar na graça (bondade) de Cristo (2Tm 2.1) – Como perseverar na fé e ser fiel a Deus sem compreender esse grande amor? O desviado (a) tende a duvidar da bondade divina e seus erros são sobrecarregados pela carga da acusação maligna. Conhecendo seus próprios pecados e fraquezas, seu critério de julgamento desconsidera o amor perdoador e a capacidade que recebemos do Senhor para resistência. Se fortificar na graça é usufruir de seus benefícios; tais como o perdão e a certeza que sua oração é ouvida.

    2- Transmitir aos outros (2Tm 2.2) – Não se trata aqui da palavra evangelística, mas sim discipuladora. Embora o evangelismo seja o primeiro passo para conhecer Jesus, Paulo está conclamando o discípulo a instruir outros, e ensinar requer dedicação e compromisso. O grande benefício de estar instruindo alguém é que você também está se fortalecendo. Afinal, é dando que se recebe. É importante atentar à razão do ensinar, que é para que inicie uma cadeia de aprendizado. Uma das causas do esfriamento se dá pela falta de compromisso com outrem. É a famosa frase “não tenho que dar satisfação a ninguém” – mas deveria.

      3- Participar do sofrimento do próximo como bom soldado (2Tm2.3) – Vai desde a compaixão, que é se colocar no lugar do outro; como uma atitude altruísta de atos em prol. Lembramos sempre a fala do Mestre “...por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos se esfriaria” (Mt 24.12). Ao compará-lo com um soldado, é notório o grau de coletividade e engajamento na peleja. A informação é imprescindível numa guerra. Como está seu envolvimento? Curiosamente, neste momento da carta, o apóstolo cita duas outras profissões, atleta e lavrador. Na primeira em alusão à necessidade de lutar cumprindo as normas; e na segunda já mencionando a legitimidade de receber benefícios. Tendo em vista a colocação de que “o Senhor dará compreensão” (2Tm 2.7); podemos subtrair que em comum nas três funções está a consciência da dedicação para ter resultado positivo.

  4- Lembrar-se de Jesus Cristo (2Tm2.8) – Pode parecer algo óbvio ao discípulo, porém consiste, não só na sua pessoa, como na sua missão e o que Ele representa para a nossa vida. O escritor enfatiza, primeiramente, que ele está vivo, ressuscitado (tudo vê) e depois que é Rei, descendência de Davi (tem todo o poder). O serviço na obra e o amor empreendido não pode ser confundido com o ativismo, que se dá quando as atividades são mais importantes do que a essência.

    Lembrar de Jesus significa guardar seus exemplos de humildade, santidade, determinação, zelo e amor. Ele precisa ser a razão da nossa existência. Por vezes somos acometidos do cansaço espiritual que nos levam a certos questionamentos tais como: Por que? E para que? Sem perceber, já não se crer mais nas promessas. Por este motivo, um brilhante desfecho é inserido após algumas das regras de ouro: “Fiel é esta palavra: Se já morremos com Ele; também viveremos com Ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negarmos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2Tm2.11-13).


 

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