OLHANDO PARA TRÁS

Devido à passagem em Gênesis 19 envolvendo a esposa de Ló, cujo nome não fora revelado, criou-se um jargão de motivadores que dizem: ”Jamais olhe para trás”. De fato, naquela oportunidade o anjo deu a ordem ao saírem de Sodoma e Gomorra, e recebeu aquela mulher punição pela sua desobediência, que era a marca do lugar em que habitava. Decerto o coração dela havia, não só curiosidade e insubmissão, mas também saudade do pecado. Também o apóstolo Paulo observou: “... esquecendo-me das coisas que para trás ficam (...) prossigo para o alvo.” (Fp. 3.13 e 14). Isto declarou a respeito de não atentar a falsos mestres nem maus conselhos. Encontramos, ainda, em Hebreus 12, sobre o olhar para Jesus como autor e consumador da nossa fé, dentre outras.
Porém, nem sempre o “olhar para trás” tem uma denotação negativa. Segue abaixo exemplos nos quais depreendemos sua importância:

1- Olhar para Trás em sentido vigilância.
Os 300 que Deus selecionou para Gideão eram os prudentes, bebiam água levando a mão à boca. Melhor observavam à volta, obviamente também atrás.
2- Olhar para Trás para lembrar os mandamentos.
Por diversas vezes o povo de Israel era convocado para ouvir acerca da Lei de Deus. Como naquela época era difícil todos terem um documento escrito, era necessária a leitura para efeito de conhecimento da vontade de Deus.
3- Olhar para Trás para lembrar experiências passadas.
Alguns bons exemplos eram compartilhados, outros de episódios traumáticos também se mencionavam. Os mais antigos, quer líderes ou pais, tinham a incumbência de contar as histórias de seus antepassados às novas gerações com o objetivo de ensinamento e para imortalizar os fatos.
4- Olhar para Trás para lembrar os feitos do Senhor
Principalmente antes de grandes batalhas traziam à lembrança para edificação da fé e elevação do moral dos guerreiros. Também os feitos de juízos para com os rebeldes serviam para aumentar o temor de Deus.
5- Olhar para Trás para alegrar-se com o que fez com a ajuda de Deus.
Recentemente, fazia um serviço doméstico muito comum, varrer um quintal repleto de folhas de mangueira. No início, mesmo sob muito calor, havia ânimo, no entanto, à medida que via a quantidade de folhas que faltava varrer precisava de um estímulo. Foi aí que lembrei de olhar para trás. Certamente havia muito que fazer, mas ao olhar o que já tinha feito trouxe uma nova motivação, afinal, aquelas que foram varridas nunca mais teriam de varrê-las.  

Alguns de nós não varremos folhas, entretanto, certamente, se houve fidelidade e amor ao Senhor construíram algumas coisas neste ano, ou influenciaram vidas positivamente. O que foi feito não significa que já houve completa realização, e sim que alguma coisa mudou por nosso intermédio. Muitas vezes não colhemos os frutos que plantamos nesta terra, porém fica a satisfação de ter participado e a consciência de que o Pai Eterno viu o seu trabalho e Ele recompensará a obra de suas mãos.
Um novo ano se aproxima e com ele os sonhos de algo melhor, o que é agradável a Deus, pois está registrado: “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl.37.4). Que tenhamos sempre a motivação de continuar servindo ao nosso Pai e abençoando vidas, pois para isto fomos chamados.

                                                                                                                  Fraternalmente,
Pr Ednilson Pedro Sobrinho

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