Tempo de Guerra

“Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amon e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa.” (2Sam. 11:1 e 2)

A Bíblia, além de mostrar-nos exemplos positivos maravilhosos, vemos os negativos para que o verdadeiro cristão não deva seguir. Eis o episódio em que o rei Davi prepara a sua queda. Não adianta ter um enorme currículo de experiências e vitórias com Deus se não mantivermos constância na comunhão com Ele.
Israel estava vivendo uma época de conquistas, as lutas travadas contra as nações inimigas enchiam o povo de alegria, a cada batalha aumentava a confiança e o entusiasmo, no último confronto havia matado mais de 40 mil siros e os restantes escravizados, um hábito da época. Então Davi resolveu tirar umas férias. Afinal, “ninguém é de ferro”. Embora sabendo que aquele era tempo em que os reis saiam para as guerras e que o seu descanso já durava um ano, conforme o relato, era hora de trabalhar, não de descansar.
Quem sabe, Davi estava meio enferrujado, seu corpo já se acomodado e a mente vazia – tornou-se, portanto, ocioso. Não obstante, contava com Joabe, servos e soldados. Sendo assim, na sua ótica, pra que lutar?

Muitos pensam assim: Por que ir à oração? Já tem os irmãos, o pastor... Por que ir ao evangelismo? Já tem os jovens, os departamentos... Por que ir às consagrações? Certamente sábado pela manhã temos muito que fazer. Para que as vigílias, escolas dominicais e cultos nos lares??? É um grande risco se omitir da obra escondendo o talento que Deus nos deu e insensíveis á unidade.
As maiores derrotas acontecem exatamente quando subestimamos os adversários com a auto-suficiência e não se preparando, perdendo a vigilância. Foi assim com o apóstolo Pedro (Mt. 16.16), após Deus usar a sua boca declarando quem era Jesus, Pedro a emprestou para o Diabo. Muitas vezes a euforia gera relaxamento, assim como a indiferença gera a frieza espiritual. Deixar para os outros fazerem o que nós poderíamos fazer é, no mínimo, falta de companheirismo, zêlo e amor. Um soldado inoperante é tudo que o adversário quer.

Na continuação da história bíblica percebemos a seqüência de uma queda; dormindo à tarde e sem responsabilidades. Quanto mais tempo a pessoa fica na cama, mais preguiçosa fica. Lá foi Davi passear no terraço e bisbilhotar a vizinhança. Como na Internet, num site de relacionamento, ou pornográfico; orkut, vigiando a vida alheia. Davi passeava no terraço, e quem passeia no terraço passa a observar a sua volta, perigosamente. Os mesmos olhos que contemplavam suas ovelhas para guardá-las do urso e do leão, agora contempla a única ovelha do próximo, desejando-a. O olhar com intensidade é um passo para o adultério, caracterizado o delito, só faltava a consumação, o que não tardou. Aquelas férias custaram caro para o rei Davi.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mateus 26.41
                                                                                                                  Fraternalmente,
Pr Ednilson Pedro Sobrinho

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